Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Fênix Alexandra de |
Orientador(a): |
Vasconcelos, Darízy Flávia Silva Amorim de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50400
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A disfunção erétil (DE) é definida como a incapacidade recorrente e persistente de atingir ou manter uma ereção peniana satisfatória. No mundo, estima-se que aproximadamente 52% dos homens entre 40 e 70 anos sejam afetados. Além disso, estudos clínicos forneceram dados sólidos de que a DE é um sintoma sentinela em pacientes com doenças vasculares ocultas, em particular doença cardiovascular (DCV), e a DE é frequentemente encontrada em pacientes com hipertensão arterial. Devido a uma baixa resposta farmacológica aos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5) em pacientes com dano endotelial vascular, assim como vários efeitos colaterais cardíacos a essas drogas, a busca por novas terapias e alvos terapêuticos é de suma importância para o tratamento da DE. Os produtos naturais têm servido como uma importante fonte de drogas por séculos. Em estudos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa, demonstramos que a cumarina brailina induziu vasodilatação na artéria ilíaca, importante vaso de irrigação para parte inferior do corpo. OBJETIVO: Avaliar o potencial terapêutico da cumarina brailina para tratamento da disfunção erétil associado à hipertensão. MÉTODO: Todos os protocolos experimentais foram aprovados pelo CEUA-ICS/UFBA (130/2017). Ratos machos espontaneamente hipertensos (SHR, n=6) e wistar (para cada protocolo, n=5), 11-15 semanas, foram eutanasiados em câmara de CO2 e o pênis foi removido. Em seguida, os corpos cavernosos (CC) foram mantidos em banho de órgãos com solução de Krebs-bicarbonato a 37°C e aerados com uma mistura carbogênica (95% O2 e 5% CO2), conectados a um transdutor de força para realizar os ensaios de tensão isométrica. RESULTADOS: Brailina (10-5M-3x10-4M) foi capaz de promover relaxamento dependente da concentração em CC pré-contraído com fenilefrina (FEN) 10-5M (E3x10-4M: 115,1±8,7; n=5). Além disso, após a exposição do tecido a brailina nenhuma mudança foi observada no tônus basal ou redução na capacidade de contração induzida por FEN. Em CC pré-contraído com solução de Tyrode KCl 80mM, brailina também induz relaxamento, (E3x10-4M: 117,2±5,0; n=5). Na presença de L-NAME (10-4M), inibidor da sintase de óxido nítrico (NOS), o efeito relaxante induzido pela brailina foi reduzido (E3x10-5M: 59,3±7,5; n=5; 38,2±4,0; n=5, ausência e presença de L-NAME, respectivamente). Redução do relaxamento foi mais pronunciada em todas as concentrações testadas na presença de ODQ (10-5M), um inibidor da ciclase de guanilil solúvel (sGC), enquanto que a inibição de proteína cinase G não alterou o relaxamento da brailina. Foi observado que a via adenilato ciclase/proteína cinase A não é importante para o relaxamento induzido por brailina, bem como brailina parece não alterar a contração induzida por norepinefrina e o relaxamento induzido por acetilcolina. Além disso, o relaxamento promovido por doador de óxido nítrico, NPS, foi melhorado na presença de brailina (NPS: E10- 4M: 61,7±7,6; n=5; na presença de brailina: 89,8±9,0; n=5). Em comparação, o efeito da brailina foi similar ao sildenafil na concentração de 10-4M (BRA: 92,9±9,4; n=5; SIL: 99,6±3,1; n=5). Por fim, brailina induziu efeito de relaxamento similar no CC de SHR, que é um modelo bem estabelecido de DE associado à hipertensão. CONCLUSÃO: Em resumo, os dados indicam que o relaxamento induzido por brailina envolve a via NO/sGC e que esta cumarina também é capaz de promover relaxamento em CC de animais com DE associado à hipertensão. Então, brailina poderia ser uma molécula potencial para o tratamento de DE. |