Saúde e nutrição de crianças indígenas Suruí de Rondônia, Amazônia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Orellana, Jesem Douglas Yamall
Orientador(a): Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5247
Resumo: Foi realizado inquérito antropométrico e de dosagem de hemoglobina em crianças Suruí menores de 10 anos em 2005. Além disso, foi realizado levantamento dos registros de morbidade hospitalar disponíveis em hospitais na cidade de Cacoal para o período de 2000-2004. Este estudo buscou incluir o maior número de crianças possíveis com idade < 10 anos (81,6% da população total). O estado nutricional foi avaliado com base na população-referência do NCHS. A dosagem de hemoglobina foi obtida mediante βhemoglobinômetro portátil (Hemocue). A prevalências de crianças que apresentaram ESZ ≤ -2 para os índices de E/I e P/I foram de 25,4% e 8,1%, respectivamente. Não foram observadas crianças com ESZ ≤ - 2 para o índice P/E. Por outro lado, 3,9% das crianças apresentaram ESZ ≥ 2 para o índice P/E. As crianças com idades de 24 a 35 meses foram as que apresentaram as maiores concentrações de ESZ ≤ -2 para os índices de E/I (37,1%) e de P/I (22,9%). A prevalência de anemia em crianças com idades de 6 a 119 meses foi de 80,6%. As crianças com idades de 6 a 35 meses foram as que apresentaram as maiores prevalências de anemia (89,7%). Na análise comparativa com inquérito similar, conduzido em 1987, foram verificadas importantes reduções nos déficits de estatura e de peso para a idade nas crianças Suruí. Contudo, os déficits de retardo do crescimento permanecem em patamares elevados nas crianças Suruí quando comparados à população de crianças não indígenas da região nordeste do país. No levantamento dos registros de morbidade hospitalar, as principais causas de internação nas crianças < 10 anos foram atribuídas às doenças do aparelho respiratório, com destaque para as infecções respiratórias agudas e a asma, seguidas pelas doenças infecciosas e parasitárias, especialmente as diarréias e as gastroenterites. O tempo médio de permanência das crianças Suruí internadas no hospital público revelou ser bem superior ao observado entre as crianças internadas no hospital privado. Este estudo permitiu evidenciar que as condições gerais de saúde e nutrição da criança Suruí são precárias, notando-se elevadas prevalências de retardo do crescimento e anemia. Nas internações hospitalares predominaram as causas passíveis de prevenção e manejo no nível primário, indicando problemas estruturais nos serviços de atenção à saúde.