Do dever ao devir: subjetividade, trabalho e saúde no serviço militar obrigatório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Lima, Jacqueline Lopes de
Orientador(a): Minayo Gomez, Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24349
Resumo: Esta dissertação analisa a tríade saúde, trabalho e subjetividade engendrada no contexto do serviço militar obrigatório tendo como dispositivos de análise um projeto social desenvolvido em uma Base Aérea do Rio de Janeiro, bem como entrevistas com soldados a fim de apreender a experiência do serviço militar e os sentidos de ―ser um soldado‖. Neste percurso investigou-se, primeiramente, as origens históricas do militarismo, desde o arquétipo do guerreiro até surgimento dos exércitos permanentes. Analisou-se a profissão militar a partir de seus pilares, a hierarquia e disciplina, bem como as especificidades deste trabalho à luz das discussões mais recentes sobre o papel das forças armadas na sociedade. Observou-se que os jovens deste estudo buscaram o serviço militar obrigatório não somente pela obrigação imposta legalmente, mas pela estabilidade de emprego oferecida na instituição militar. Paradoxalmente, a imersão em um universo extremamente hierarquizado e disciplinado mobiliza boa parte dos jovens a continuar na profissão militar. Na concepção destes jovens o serviço militar obrigatório pode projetá-los para o alcance de um futuro melhor, dentro ou fora do quartel. A instituição militar, tradicionalmente vinculada a princípios administrativos e técnicos fortemente hierarquizados, reafirma através de serviço militar obrigatório seu papel formador para o mundo do trabalho, contudo ressaltam-se questõesproblema ligadas à organização e ao processo de trabalho como a escala de serviço armado e seus riscos. Concluímos através dos diferentes sentidos atribuídos à experiência de ser soldado, que a complexidade deste universo de trabalho específico merece maiores incursões no intuito de explorar os meios pelos quais estes jovens lidam com os embates provocados pelo encontro com a organização militar. O conhecimento destas estratégias poderá viabilizar outros modos de trabalhar que considerem a saúde do trabalhador jovem na condução de sua formação neste espaço laboral.