Taxonomia integrativa de espécies do subgênero Evandromyia (Aldamyia) Galati, 2003 (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rodrigues, Bruno Leite
Orientador(a): Shimabukuro, Paloma Helena Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49745
Resumo: O subgênero Evandromyia (Aldamyia) (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) possui 15 espécies formalmente descritas por caracteres morfológicos, além de uma espécie cujo nome não atende o princípio de nomenclatura binomial (artigos 5.1 e 11.4, ICZN). Por conta da complexidade da identificação morfológica desses insetos, métodos moleculares podem ser utilizados de forma integrativa para elucidar sua correta identificação, como é o caso da amplificação e análise do DNA Barcoding (fragmento do gene citocromo oxidase subunidade I – coI). Três das espécies desse subgênero – E. carmelinoi, E. evandroi e E. lenti – não são corretamente delimitadas pelo gene coI. Logo, nesse estudo foi avaliada a utilidade da taxonomia molecular para a identificação de espécies desse subgênero, incluindo a análise de marcadores suplementares ao COI, bem como a utilização de métodos sofisticados de delimitação de espécies “multilocus”. Para isso, foram analisadas sequencias do gene COI de 10 morfoespécies, além de sequencias dos genes CYTB, CAC, PER e rDNA 28S para três espécies indistinguíveis pelo COI, provenientes de 11 localidades do Brasil. Foram combinadas ao nosso conjunto de dados 44 “barcodes” de COI previamente publicadas, que foram analisadas pelos critérios de similaridade de sequencias “best-match”, enquanto quatro diferentes métodos de delimitação de espécies “single-locus” (ABGD, GMYC, PTP e TCS) foram utilizados para inferir unidades taxonômicas operacionais (OTUs). A utilidade de marcadores suplementares na delimitação de espécies pelo COI foi conduzida pelo método “multilocus” de coalescência de múltiplas espécies (MSC) no programa BPP. De forma geral, seis das morfoespécies analisadas foram corretamente delimitadas pelos “barcodes”, formando clados bem apoiados pelas análises filogenéticas e inferência de OTUs, enquanto outras quatro – E. carmelinoi, E. evandroi, E. lenti e E. piperiformis – formaram um único clado/OTU bem apoiado. Apesar de E. carmelinoi, E. evandroi e E. lenti serem indistinguíveis por sequencias de COI, E. piperiformis formou um clado único, e pode ser corretamente identificado pelos critérios de “best-match”. A análise dos marcadores suplementares CYTB, CAC, PER e 28S não foram suficientes para delimitar corretamente as três espécies indistinguíveis pelo COI, mas ao analisadas por métodos “multilocus” foram capazes para delimitar E. evandroi como uma espécie distinta de E. carmelinoi/E. lenti. Apesar das nítidas diferenças morfológicas, essas quatro últimas espécies não podem ser identificadas como táxons distintos na maioria das análises moleculares, e por conta disso propomos que devam ser consideradas como membros de um complexo de espécies recentes (complexo Evandro).