Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Cunha, Cynthia Braga da |
Orientador(a): |
Friedman, Ruth Khalili,
Grinsztejn, Beatriz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25470
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Resumo: |
Resumo do Artigo 1: Sexo anal desprotegido entre homens que fazem sexo com homens vivendo com HIV no Brasil: um estudo transversal no Rio de Janeiro Introdução: Muitos países estão enfrentando epidemias de HIV concentradas em populações vulneráveis, incluindo a população de homens que fazem sexo com homens (HSH). Sexo anal desprotegido (UAI) é a principal via de transmissão do HIV neste grupo e a compreensão dos fatores associados a esta prática nas diferentes culturas existentes nesta população. Como esta prática se associa à transmissão do HIV, à reinfecção e ao desenvolvimento da resistência do HIV aos antirretrovirais, representa importantes implicações para a saúde pública. Dados sobre UAI na população brasileira de HSH são escassos. Este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência e fatores associados a UAI entre os HSH infectados pelo HIV que tiveram relações sexuais com parceiros soronegativos ou com sorologia desconhecida do sexo masculino. Métodos: Trata-se de um estudo transversal conduzido em uma coorte do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz) Rio de Janeiro, Brasil. Os 155 HSH incluídos no estudo responderam a uma entrevista ACASI e forneceram amostras biológicas. Modelos lineares generalizados foram utilizados para identificar as variáveis associadas com UAI Resultados: No total, UAI com parceiro masculino com status sorológico para o HIV negativo ou desconhecido foi relatado por 40,6% (63/150) dos HSH. Abuso sexual ou violência doméstica na vida foi relatado por 35,9%, sendo mais frequente entre os HSH que relataram UAI do que entre aqueles que não o relataram (P = 0,001). O uso de estimulantes antes do sexo foi relatado por 20% do HSH, sendo um pouco maior entre aqueles que relataram UAI (27,0% vs 15,2%, P = 0,072). Sexo comercial foi frequente entre os HSH (48,4%). Após a modelagem multivariada, HSH com relato de abuso sexual ou violência doméstica na vida (RC = 2,70, IC 95%: 1,08-7,01), sexo comercial (RC = 2,28, IC 95%: 1,04-5,10), parceiros sexuais masculinos (p = 0,039) e sexo anal exclusivamente receptivo (RC = 0,21, 95% IC:0,06-0,75) foram associados a UAI. Níveis de CD4, carga viral para o HIV e terapia anti-retroviral não foram associados com UAI. Conclusões: A prevalência de UAI encontrada para os parceiros com status sorológico para o HIV negativo ou desconhecido aponta a necessidade de diferentes tipos de intervenções como ferramentas adicionais de prevenção para os HSH mais vulneráveis. Os principais fatores associados a UAI foram abuso sexual ou violência doméstica na vida, sexo comercial e número de parceiros sexuais masculinos. Este agrupamento de diferentes problemas comportamentais, sociais e de saúde nessa população reforça a necessidade de uma abordagem abrangente no tratamento e prevenção do HIV entre HSH Resumo do Artigo 2: Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrheae and sífilis entre homens que fazem sexo com homens no Brasil Introdução: Doenças sexualmente transmissíveis (DST) são frequentemente assintomáticas e aumentam a plausibilidade de transmitir e adquirir HIV. No Brasil, as diretrizes padronizadas para o diagnóstico e tratamento de DST são baseados em uma abordagem sindrômica. Os testes de amplificação de ácidos nucléicos (TAAN) tem sido recomendados como exames de rotina para DST em alguns países, especialmente para homens que fazem sexo com homens (HSH). Dados limitados são disponíveis sobre como melhor definir os grupos alvo para realizar os exames de rotina utilizando TAAN dentro desta população. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de infecção Neisseria gonorrhoeae (NG) / Chlamydia trachomatis (CT) retal ou uretral e sífilis, bem como os fatores associados com a ocorrência de pelo menos uma DST entre os HSH infectados e não infectados pelo HIV no Rio de Janeiro, Brasil. Métodos: De Agosto 2010 a Junho 2012, 391 HSH foram incluídos na coorte de homens do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) \2013 FIOCRUZ, e 292 HSH (HIV-positivos: 211 e HIV-negativos: 81) foram incluídos no estudo. Os TAAN foram realizados em swabs retais e urina para CT e NG. O teste rápido de reagina de plasma e o ensaio para microhemaglutinação para Treponema pallidum foram realizados para o diagnóstico de sífilis Resultados: A prevalência geral de DST foi de 20,0% (IC 95%: 15,7-25,1): 10% clamídia ano-rectal; sífilis 9,9%; gonorréia ano-rectal 2,5%; e clamídia uretral 2,2%; não foi detectado nenhum caso de gonorrhoeae uretral. A proporção de HSH HIVpositivos que tiveram pelo menos uma DST era quase duas vezes maior do que HSH HIV-negativos (22,6% vs. 13,2%, P = 0,09). A freqüência de cada DST, exceto para NG ano-rectal (1,5% vs. 5.2%), foi maior entre os HIV-positivos do que entre os indivíduos HIV-negativos. Entre os 211 participantes assintomáticos, 17,5% (n = 37) foram identificadas como tendo pelo menos uma DST; 10,4% (n = 22/211) apresentaram resultado positivo para clamídia ano-rectal. Sessenta e cinco por cento dos HSH HIVpositivos eram assintomáticos no momento do diagnóstico de DST, enquanto que 100,0% do HSH HIV-negativos eram. Idade (RPA [Razão de Prevalência Ajustada] = 0,78; IC 95%: 0,60-1,00 para cada dez anos a mais) e um status sorológico HIV positivo (RPA [Razão de Prevalência Ajustada] = 2,05; IC 95%: 1,03-4,08) foram significativamente associados com o diagnóstico de DST. Conclusões: Observou-se uma alta taxa global de prevalência de DST, especialmente entre os HIV-positivos e em indivíduos mais jovens, e a maioria das DST eram assintomáticas. A triagem de DST utilizando TAAN entre os HSH assintomáticos é uma intervenção potencialmente custo-efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV entre HSH. |