Comunidades virtuais e a educação em saúde não formal na perspectiva das portadoras de câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Myllena Cândida de
Orientador(a): Silva, Paulo Roberto Vasconcellos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43256
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar o papel das comunidades virtuais como suporte às portadoras de câncer de mama sob a perspectiva da educação em saúde não formal. Grupos e páginas no Facebook, enquanto comunidades virtuais, tornam-se locais onde os pacientes, por nível de familiaridade, se encontram para trocarem experiências com aqueles que enfrentam a mesma condição de saúde. A análise destes espaços será de enorme valor para a área de Saúde, buscando entender as relações em redes nessa área e dar voz às portadoras de câncer de mama e aos envolvidos no cuidado destas tornando-se uma estratégia para trazer à tona o \201Cnão dito\201D nos serviços de oncologia. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva qualitativa. Os dados de 2016 foram coletados retroativamente pelo aplicativo Netvizz e a análise de conteúdo se deu por meio das nuvens de palavras como recurso de identificação dos núcleos de sentido. Foram selecionadas 10 comunidades virtuais, sendo cinco grupos e cinco páginas, do Facebook, relacionados ao câncer de mama, de caráter aberto e público, em português e com maior número de membros. Resultados: Foram resgatadas 2921 postagens, sendo 1722 comentários nos grupos e 1536 nas páginas, totalizando 28.542 palavras (11.633 nos grupos e 16.909 nas páginas). A partir destes comentários, foi criada a nuvem de palavras representativa, e discutida em categorias transversais: 1) Eu confessional; 2) Você interacional; 3) Processo terapêutico e 4) Religiosidade Conclusões: Constatamos pelos resultados que o suporte oferecido nesses espaços se dá, especialmente, nas esferas informacional e emocional, perpassando todo um \201CArco de Intervenções\201D, indo desde a fase de diagnóstico até o controle da doença. A partir deste arco, reconhece-se a necessidade da adoção de uma comunicação dialógica sensível às necessidades dos pacientes resultando na proposição de práticas educativas em saúde. O entrelaçamento entre a saúde e as redes sociais é uma alternativa para unir pacientes, especialistas e áreas do conhecimento. Para isso, embora não se possa ignorar os riscos do uso excessivo deve-se, por outro lado, aceitar que, mais do que um hábito, participar de uma comunidade digital pode ser uma prática social positiva e um aliado no tratamento. A compreensão das significações das informações partilhadas nas comunidades virtuais por mulheres com câncer de mama pode contribuir para a realização de práticas de cuidado que não se restrinjam às abordagens de cunho biológico e tecnicista, mas sim mais integrais e efetivas, numa assistência holística, na qual a comunicação, educação e a saúde caminhem de forma complementar. Conclui-se que as redes sociais quando utilizadas corretamente e seguindo códigos de conduta específicos, podem contribuir para a área da saúde e se tornarem ferramentas transformadoras para os profissionais e pacientes.