Comparação entre a citopatologia, histopatologia, imunocitoquímica e imuno-histoquímica em diferentes amostras biológicas no diagnóstico da leishmaniose visceral canina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Santos, Isabele Barbieri dos
Orientador(a): Pacheco, Tânia Maria Valente
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/9315
Resumo: A leishmaniose é uma doença infecto-parasitária que acomete seres humanos e animais, causada por protozoários do gênero Leishmania. As leishmanioses são importante problema de saúde pública em vários países e estão incluídas entre as seis endemias de maior relevância mundial. Classicamente a leishmaniose visceral canina (LVC) se caracteriza por caquexia progressiva, anemia, febre intermitente, linfadenomegalia generalizada, sinais oculares (conjuntivite, ceratoconjuntivite, uveite) e lesões cutâneas (dermatite exfoliativa, úlceras e alopecia). Para a confirmação do diagnóstico da LVC, é necessária a demonstração do agente etiológico nas amostras biológicas obtidas de lesões, aspirados de fígado, baço, medula óssea, pele íntegra ou de gânglios linfáticos. O presente estudo avaliou os exames citopatológico, histopatológico, imunohistoquímico e imunocitoquímico no diagnóstico da LVC, utilizando como padrão de referência a cultura parasitológica. Oitenta e um cães foram avaliados, foram incluídos no estudo 44 cães com isolamento em cultura parasitológica e caracterização de Leishmania (Leishmania) chagasi, isolada a partir de amostras de pele íntegra da orelha e/ou baço e/ ou lesão cutânea. Os cães foram submetidos à eutanásia e posteriormente a coleta de amostras biológicas para a realização do exame citopatológico (CP), exame histopatológico (HP), reação de imunocitoquímica (ICQ) e reação de imuno-histoquímica (IHQ). A maioria dos cães era do sexo masculino (61,3%; n=27) Treze cães (29,5%) foram provenientes do município do Rio de Janeiro e 70,5% (n=31) do município de Bauru-SP. A maioria dos cães apresentava bom estado geral (47,7%; n=21); 38,6% (n=17) estado geral ruim; 11,3% (n=5) estado geral regular. A presença de lesão cutânea foi observada em 11 (25%) animais. No CP foi possível à visualização de formas amastigotas em 29,5% (n=13) de raspados da escápula, 29,5% (n=13) de raspados da orelha; em 29.5% (n=13) de raspados do focinho; 45,5% (n=20) nos aspirados de medula óssea, 25% (n=11) nos aspirados de linfonodo cervical e 52,7% (n=23) nos aspirados do linfonodo poplíteo. No HP formas amastigotas foram observadas em 45,5% (n=20) de amostras de pele íntegra da escápula, 65,9% (n=29) do focinho e 52,3% (n=23) da orelha. Na ICQ formas amastigotas foram observadas em 47,8% (n=21) das amostras provenientes de pele íntegra da escápula, 68,2% (n=30) pele íntegra do focinho; 56,8% (n=25) pele íntegra da orelha; 63,6% (n=28) nos aspirados de medula óssea, 36,7% (n=16) nos aspirados de linfonodo cervical e 68,2% (n=30) nos aspirados do linfonodo poplíteo. Na IHQ formas amastigotas foram observadas em 52,3% (n=23) das amostras provenientes de pele íntegra da escápula, 88,6% (n=39) do focinho e 72,7% (n=31) da orelha. A IHQ dos fragmentos de pele íntegra do focinho apresentou maior sensibilidade quando comparado com CP e de raspados de pele íntegra da orelha, focinho, escápula e de lesões cutâneas e de aspirados de linfonodos e medula óssea e ao HP dos fragmentos de pele íntegra da escápula, do focinho e da orelha. A boa sensibilidade da IHQ em amostras biológicas obtidas de fragmentos de pele íntegra do focinho sugere a utilização desta técnica no diagnóstico parasitológico da leishmaniose canina, apesar do custo mais elevado, quando comparada ao CP e ao HP