Aqui renasce a esperança: o tombamento do Hospital Frei Antônio (1976-1985)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bastos, Tarcísio Pereira
Orientador(a): Costa, Renato da Gama-Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30930
Resumo: Esta dissertação analisou a trajetória de tombamento do Hospital Frei Antônio, antigo Hospital dos Lázaros, localizado no bairro de São Cristóvão, e sua relação com as políticas de preservação cultural desenvolvidas pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro entre 1975 e 1985. A história do Hospital dos Lázaros | Hospital Frei Antônio se iniciou em 1741, quando Gomes Freire de Andrade ordenou o recolhimento de 52 leprosos em casebres localizados na Praia dos Lázaros, em São Cristóvão. Com a expulsão dos jesuítas (1759), D. Frei Antônio do Desterro, bispo do Rio de Janeiro, solicitou a transferência dos leprosos para a casa da Companhia de Jesus, construída entre 1748 e 1752. Em 1763, a Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária assumiu a administração do Lazareto, criando a Repartição do Hospital dos Lázaros. Com a chegada da Família Real (1808), o prédio foi requisitado e transformado em quartel dos Voluntários Reais do Príncipe, em 1817, para proteger a Quinta da Boa Vista. Os leprosos foram removidos para a Ilha das Enxadas e a Ilha dos Frades, na Baía de Guanabara. Em 1833, os doentes foram reinstalados na remota sede do Hospital, em São Cristóvão. Na década de 1940, o Hospital dos Lázaros foi rebatizado como Hospital Frei Antônio, passando a receber políticas públicas e pesquisas de combate à lepra. Em 1947, instalou-se em suas dependências o Instituto de Leprologia, vinculado ao Serviço Nacional de Lepra, do Departamento Nacional de Saúde. Em 1978, a instituição se tornou sede da Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária. Em 1987, planejou-se o aproveitamento dos prédios do Ministério da Saúde, construídos no terreno do Hospital, como Lar Geriátrico. A partir do percurso de tombamento do Hospital Frei Antônio, buscamos compreender o contexto assistencial aos leprosos no Lazareto de São Cristóvão, identificando os vestígios materiais da saúde existentes e sua conexão com a profilaxia da lepra e a salvaguarda da edificação como patrimônio cultural carioca na década de 1980. Durante a pesquisa, utilizamos como embasamento teórico as reflexões de GONÇALVES (2002), FONSECA (2005), SANTOS (2005), COSTA (2008a), CHUVA (2009), RABELLO (2009), ALECRIM (2012), MIURA (2012), CABRAL (2013), MONTEIRO (2014) e SERRES & BORGES (2015). Os procedimentos metodológicos se centralizaram na exploração bibliográfica, na coleta de dados, na análise das fontes e na analogia entre as referências teóricas e as informações averiguadas. Dentre os dados coletados, examinamos correspondências, memorandos, notificações, ofícios, relatórios, pareceres, estatutos, regulamentos, tratados, legislações, fotografias, mapas, gráficos, plantas arquitetônicas, notícias de jornais e trechos de obras de referência. Tal documentação foi consultada nos acervos do Arquivo Francisco Batista Marques Pinheiro, do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Arquivo da Casa de Oswaldo Cruz e do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisar o tombamento do Hospital Frei Antônio possibilitou a compreensão da relação entre História, Memória e Patrimônio Cultural e seus desdobramentos nas políticas de preservação empreendidas no Brasil e na cidade do Rio de Janeiro na década de 1980.