Comunitarismo, sociologia rural e diplomacia cultural nas relações Brasil-EUA: ciência e reforma social em T. Lynn Smith e José Arthur Rios (1930 – 1950)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lopes, Thiago da Costa
Orientador(a): Maio, Marcos Chor
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33421
Resumo: Esta tese investiga os elementos cognitivos, sociais e políticos que presidiram a produção transnacional do conhecimento sociológico acerca do Brasil rural nos anos 1940 e 1950 enfocando as relações Brasil – EUA e privilegiando as trajetórias e a produção intelectual dos sociólogos rurais T. Lynn Smith e José Arthur Rios. Transitando por diferentes instituições científicas, agências governamentais e organismos internacionais, círculos de políticos, intelectuais, reformadores e cientistas sociais, Smith e Rios buscaram delimitar espaços de aplicação para as ciências sociais mediante a produção de diagnósticos sociólogos destinados à reforma das estruturas sociais das zonas rurais brasileiras. Considerando as circunstâncias históricas envolvidas na aproximação entre os dois países, em que ciências sociais e diplomacia cultural estiveram imbricadas, examinamos a lógica de circulação e apropriação de ideias que presidiu a construção de suas visões sociológicas e de seus programas de engenharia social durante a Segunda Guerra Mundial e os primórdios da Guerra Fria. Argumentamos que Smith e Rios, a despeito de terem ocupado posições distintas no cenário global das ciências sociais, participaram de um diálogo transnacional acerca dos destinos das coletividades na modernidade. Ambos estiveram vinculados a uma reação comunitarista que, frente às ameaças representadas pelo capitalismo liberal individualista e atomizador, por um lado, e os totalitarismos de diferentes matizes, por outro, apostava no fortalecimento dos pequenos grupos ou comunidades, instâncias consideradas aptas a funcionar como mediadoras entre o indivíduo e as forças impessoais e acachapantes do Estado e do mercado. Estabelecendo interlocução profícua com diferentes tradições de conhecimento, Smith e Rios afirmaram a importância de se conferir vertebração às comunidades rurais brasileiras e vencer seu insolidarismo com base em um programa de reformas que articulasse a organização dos grupos de localidade ao combate ao latifúndio, sendo capaz de assegurar, deste modo, que as mudanças modernizadoras em curso no país redundassem em democracia política.