Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Anna Laura |
Orientador(a): |
Modena, Celina Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34137
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Resumo: |
Ao longo das últimas décadas, a Reforma Psiquiátrica Brasileira vem interrogando relações e buscando produzir novos cabimentos, olhares e jeitos de cuidar e viver com a loucura. Embora seja inegável a reorientação do modelo assistencial, antes predominantemente manicomial, enfrentamos ainda desafios de diversas ordens para a consolidação e avanço das Redes de Atenção Psicossocial. Em Belo Horizonte, os Centros de Referência em Saúde Mental – CERSAMs (correspondentes aos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS III na legislação) são serviços criados para acolher as pessoas com sofrimento mental grave e em situações de crise, prezando pelo cuidado em liberdade. Neste trabalho buscamos compreender de que modo as equipes de dois CERSAMs articulam cuidados no território, bem como discutir se esses cuidados reforçam ou fragilizam as concepções medicalizantes e contribuem para o avanço na desinstitucionalização da loucura. Para tal, embasamo-nos em referencial teórico composto por aportes dos campos de conhecimento da Geografia crítica, da Saúde Coletiva e Saúde Mental e sua conceitualização sobre território. Trata-se de pesquisa qualitativa, que recorreu à observação participante do cotidiano dos serviços e à realização de um grupo focal com trabalhadores de nível superior de cada CERSAM. A análise dos dados se deu a partir da contextualização dos serviços, com base principalmente nos dados da observação participante e, posteriormente, na apresentação do grupo focal. Entendemos que as concepções e práticas expressas pelas trabalhadoras acerca de território compreendem o continuum proposto por Haesbaert (2004), que abrange desde um polo de dominação jurídico-político que, no contexto dos serviços de saúde, relacionam-se à área de delimitação geográfica e ao território como portador de recursos para o cuidado dos usuários e organizador da rede, até um polo de apropriação cultural simbólico, construtor de identidades e de relações materiais e imateriais de poder. Cada CERSAM apresenta singularidades, práticas de cuidados diversas no território e relações mais ou menos próximas dele, a depender do ponto de observação escolhido. Percebe-se o contundente atravessamento do território do CERSAM Rosimeire Silva em seu cotidiano, permeado por relações de poder, nas quais a equipe busca sustentar a diversidade das formas de viver dos usuários. No CERSAM Ana Maria Magalhães, há uma decisão da equipe em potencializar a articulação com as redes, em especial no que tange os matriciamentos das Unidades Básicas de Saúde, de forma que o serviço estreita relações com o território socioassistencial. Situar as práticas de cuidados das equipes dos CERSAMs em relação com a perspectiva crítica de território, enquanto possibilidade de desvelar as relações de poder e as formas peculiares de exclusão ou inclusão dos sujeitos loucos de cada lugar, constitui uma potente maneira de as equipes refletirem e se reposicionarem mais efetivamente enquanto atores dos territórios, que sustentem o cuidado em liberdade, a convivência e o contínuo processo de desinstitucionalização da loucura. |