Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Uehara, Lívia Almeida |
Orientador(a): |
Levy, Claudia Masini d´Avila,
Britto, Constança Felicia De Paoli de Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6238
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Resumo: |
A cruzipaína é a cisteína peptidase mais abundante do Trypanosoma cruzi, o qual é o agente etiológico da doença de Chagas. A cruzipaína é um importante fator de virulência do T. cruzi envolvida em várias etapas cruciais na interação com células de mamíferos. Essa enzima é expressa em níveis variáveis em todas as formas evolutivas e cepas do parasito, sendo abundantemente expressa nas formas epimastigotas, encontradas apenas no inseto vetor. Esse dado nos levou a investigar se a cruzipaína poderia estar envolvida na interação do T. cruzi com células do hospedeiro invertebrado. Para tal, foram analisados os efeitos do pré-tratamento do T. cruzi com um painel de diferentes inibidores de cisteína peptidases ou anticorpos anti-cruzipaína na adesão do parasito ao epitélio intestinal médio posterior dissecado de Rhodnius prolixus. Paralelamente, foi analisado o índice de adesão ao epitélio do T. cruzi que superexpressa a chagasina (pCHAG), um inibidor endógeno da cruzipaína. A taxa de adesão dos parasitos tratados com os inibidores de cisteína peptidase (iodoacetamida, leupeptina, antipaína ou E-64 a 10 µM, ou cistatina a 1 µg/mL) foi em média 70% inferior em comparação aos parasitos não tratados, com exceção do Ca074me (um inibidor de catepsina B) que não mostrou alteração significativa. O tratamento de parasitos com a cistatina apresentou um efeito dose-dependente sobre a taxa de adesão em relação aos parasitos não tratados. Além disso, o tratamento de epimastigotas com anticorpos anti-cruzipaína (1:1000) induziu uma redução significativa de 64% na adesão. Os parasitos pCHAG apresentaram baixa capacidade de ligação ao epitélio intestinal dissecado de R. prolixus, enquanto o pTEX ( plasmídeo sem o gene inserido) não apresentou mudanças significativas na taxa de adesão em relação ao controle. Nós também comparamos a habilidade de vários isolados de T. cruzi na adesão ao intestino do R. prolixus. A cepa G, que naturalmente apresenta baixíssimos níveis de cruzipaína ativa, apresentou baixa capacidade de interação em comparação às cepas Dm28c, Y e CL Brener. Os intestinos pré-tratados com cruzipaína ativa não produziram uma redução significativa no índice de adesão às células epiteliais do inseto vetor em relação ao controle indicando que o envolvimento da cruzipaína no processo de interação é independente de interação ligante-receptor. A cruzipaína ativa na concentração de 1,5 µg/µL restaurou parcialmente (30%) o nível de adesão do T. cruzi pCHAG ao epitélio intestinal dissecado de R. prolixus em relação a parasitos pCHAG. Ensaios de colonização in vivo revelaram que parasitos pCHAG são virtualmente incapazes de colonizar a ampola retal de R. prolixus. Além disso, a expressão da cruzipaína em células de T. cruzi teve um aumento drástico após a passagem em R. prolixus. Coletivamente, nossos resultados sugerem que a cruzipaína participa ativamente da interação entre T. cruzi e células epiteliais do hospedeiro invertebrado, através de um mecansimo distinto ao de ligante-receptor. |