Estudo do efeito da EGCG in vitro e in vivo, suas associações e mecanismo molecular de ação em Leishmania infantum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Inácio Filho, Job Domingos
Orientador(a): Amaral, Elmo Eduardo de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37303
Resumo: As leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas presentes em 98 países e são responsáveis pelo acometimento de 1,6 milhão de novos casos por ano, podendo levar a aproximadamente 60 mil óbitos. Essas doenças são causadas por parasitos protozoários do gênero Leishmania as quais podem apresentar diversas manifestações clínicas que vão desde o acometimento da pele, podendo acometer as mucosas, até a forma clínica mais grave que é a leishmaniose visceral na qual o indivíduo vem a óbito caso não receba o diagnóstico e tratamento adequados. Nesse contexto, o tratamento atual para as leishmanioses tem se baseado nos antimoniais pentavalentes. Outras alternativas compõem a segunda escolha, como a anfotericina B e a pentamidina, e em alguns países a miltefosina tem sido utilizada como primeira escolha para o tratamento das leishmanioses. De um modo geral, esses fármacos apresentam elevada toxicidade, alto custo no tratamento além de já serem descritos isolados clínicos com fenótipo de resistência aos tratamentos atuais. Dessa forma, a busca por novos compostos que atuem em vias seletivas desses parasitos vem sendo estudada além da associação de novos compostos com os já utilizados na clínica. O flavonoide EGCG é o principal catequina do chá verde e vem demonstrando resultados promissores em diferentes modelos in vitro e in vivo de leishmanioses Parte do seu mecanismo de ação envolve o acúmulo nos níveis de ROS, diminuição do potencial de membrana mitocondrial e consequentemente a morte do parasito. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito in vitro da EGCG em Leishmania. infantum, estudar sua interação com os fármacos utilizados na clínica para as leishmanioses, bem como demonstrar a participação da tripanotiona redutase (TR) como parte do mecanismo molecular de ação e a avaliação in vivo. A EGCG demonstrou atividade antipromastigota com um IC50 de 162,0\03BCM. O estudo da associação com miltefosina ou anfotericina B em promastigotas revelou uma interação aditiva. Já o mecanismo de ação envolve o aumento nos níveis de H2O2 decorrente da inibição da TR, desencadeando uma diminuição no potencial de membrana mitocondrial e subsequente diminuição nos níveis de ATP intracelular, levando a morte do parasito. Nossos resultados em amastigota intracelular revelaram um IC50 de 3,8\03BCM com uma inibição de 90% na concentração de 24\03BCM. O estudo in vivo confirmou o alto potencial da EGCG que administrado com 12,5mg/kg por via oral por apenas 5 dias duas vezes ao dia reduziu em 92% a carga parasitária no fígado de camundongos infectados. Sendo assim, nossos dados revelam-se promissores como uma possível alternativa para o tratamento das leishmanioses.