Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Torres, Rafael Carvalho |
Orientador(a): |
Carvalho, Vinícius de Frias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14229
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Resumo: |
O Diabetes mellitus é uma das principais doenças crônicas que afetam a população mundial. Além de hiperglicemia, os pacientes diabéticos exibem uma marcante hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) evidenciada pelo aumento dos níveis de glicocorticoides (GCs) circulantes. Este hipercortisolismo é importante em várias complicações diabéticas. No entanto, há poucas evidências da participação dos GCs em outras morbidades do diabetes, como na atrofia muscular, compartilhadas por pacientes com o diabetes e pessoas com Cushing, uma doença caracterizada pela hiperatividade deste eixo HPA. A redução na expressão do receptor nuclear PPAR-\03B3 tem sido demonstrada em órgãos de animais diabéticos acometidos por complicações da doença, e a ativação de PPAR-\03B3 é capaz de restaurar a funcionalidade desses órgãos. Além disso, o tratamento de pacientes com a doença de Cushing com ligantes de PPAR-\03B3 reduz os níveis de GCs circulantes. Desse modo, o nosso objetivo foi investigar o papel do PPAR-\03B3 na atividade do eixo HPA em animais diabéticos. O diabetes foi induzido por injeção intravenosa de aloxana em ratos em jejum. O agonista de PPAR-\03B3 rosiglitazona (rosi), o antagonista do receptor de GCs RU486 ou inibidor de PI3K wortmannin foram administrados diariamente durante 18 dias consecutivos, começando três dias após a injeção de aloxana. Observamos que a condição diabética induzida por administração de aloxana em ratos é caracterizada por hiperatividade do eixo HPA com redução na expressão de receptores de GCs na hipófise, hipertrofia adrenal e aumento dos níveis de GCs circulantes O papel destes hormônios esteroides sobre a atrofia muscular em animais diabéticos foi evidenciado pela melhoria no parâmetro microvascular funcional do músculo grácil, e aumento da massa do músculo gastrocnêmio observada em animais diabéticos tratados com RU486. Em paralelo com a hiperatividade do eixo HPA, observamos uma redução da expressão de PPAR-\03B3 nas adrenais e hipófise, bem como uma diminuição no ligante de PPAR-\03B3 15-d-PGJ2 no plasma dos animais diabéticos. O tratamento destes animais com rosi foi capaz de reduzir os níveis de GCs, em associação com a diminuição da hipertrofia adrenal e expressão de MC2-R. Em paralelo, a rosi restaurou os níveis de ACTH no plasma, em associação com a redução no número de células corticotróficas e expressão de POMC na hipófise dos ratos diabéticos, mesmo não restabelecendo o mecanismo de controle por retroalimentação da produção de GCs na hipófise através dos receptores de mineralocorticoides e GCs, respectivamente, MR e GR. Além disso, o tratamento com rosi aumentou a expressão de PPAR-\03B3 nas glândulas adrenais e hipófise dos ratos diabéticos, e o bloqueio de PPAR-\03B3 com GW9662 inibiu a capacidade da droga de reduzir os níveis plasmáticos de GCs. Os ratos diabéticos também apresentaram redução na expressão de PI3K na hipófise, e a rosi aumentou a expressão desta cinase nas glândulas adrenais e na hipófise. Além disso, o pré-tratamento de ratos diabéticos com wortmannin foi capaz de reduzir parcialmente a capacidade da rosi em reduzir os níveis de GCs no plasma. Assim, sugerimos que a hiperatividade do eixo HPA em animais diabéticos está diretamente relacionada com a atrofia muscular Além disso, a ativação de PPAR-\03B3 restaura a reatividade eixo HPA em ratos diabéticos através de um mecanismo dependente da ativação de PI3K, surgindo como um possível alvo no controle das complicações da doença |