Estudo genético de pacientes pediátricos com Leucemia Linfoide Aguda de células T de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, João Lucas Cruz
Orientador(a): Silva, Norma Lucena Cavalcanti Licínio da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60268
Resumo: A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) de células T é uma neoplasia maligna hematológica agressiva que representa 15% das LLAs da infância. Atualmente, são descritas anormalidades genéticas específicas com importância no diagnóstico e prognóstico da doença. Através de estudos citogenéticos e moleculares é possível identificar oncogenes envolvidos na patogenia da doença. O objetivo do trabalho foi determinar a frequência e o impacto das alterações nos genes FLT3 e Notch1 em pacientes pediátricos com Leucemia de células T em Pernambuco e estabelecer seu perfil genético. Foram estudados 129 pacientes com LLA-T no IMIP e no HUOC. A citogenética foi avaliada por banda G e FISH, o perfil genético por PCR com o painel estabelecido pelo Laboratório de Biologia Molecular do IMIP, e as alterações FLT3- ITD e mutação na região PEST do Notch1 por sequenciamento. Em relação ao painel molecular, dos 110 pacientes analisados, 14 foram positivos para a expressão do gene TLX3 e 2 para o TLX1. A fusão SIL-TAL1 foi positiva em 5, a t(9;11) foi positiva em 3, a t(10;11) em 2 e a t(11;19) em 2. A citogenética clássica foi analisada em 27 pacientes e mostrou cariótipos normais em 8, alterações numéricas em 12, e estruturais em 8. Foram observadas as translocações t(3;13), t(17;19), t(6;11;17) e duas t(11;14), todas definidas por citogenética molecular. A técnica de FISH mostrou rearranjo do gene TLX3 em 4 casos e deleção em 2. Três tiveram rearranjo do gene TCR-αβ; cinco o rearranjo SIL-TAL1 (sendo estes diferentes dos avaliados pela molecular); e 1 rearranjo do TLX1. A amplificação do gene ABL1 foi negativa em todos os investigados. Foram encontradas ainda as alterações estruturais i(Xq) e del7q, 11q, 12p e 14q. Em relação à alteração FLT3-ITD, 90 pacientes foram avaliados dos quais 3 positivos, dois deles sendo associado com o Hox11L2, e o terceiro sendo uma ETP. Em relação ao Notch1, 69 pacientes foram analisados, dos quais 26 pacientes apresentaram 22 mutações diferentes, sendo predominantemente mutação pontual. Apesar do mal prognóstico do FLT3 na Leucemia Mieloide Aguda, todos estão vivos no período de 5 anos após o tratamento. O impacto do Notch1 na LLA-T ainda necessita de esclarecimentos. Em relação a citogenética, esse estudo mostra a necessidade da citogenética molecular como auxilio diagnóstico. As translocações t(11;14), t(17;19) e t(3;13) sugeriram mal prognóstico, já que esses pacientes recaíram precocemente e foram a óbito.