Estudo de base populacional na Amazônia Brasileira: avaliação da resposta de anticorpos naturalmente adquiridos contra a Duffy binding protein (DBP) de Plasmodium vivax

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Reis, Laise Rodrigues
Orientador(a): Kano, Flora Satiko
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34151
Resumo: O processo de invasão dos eritrócitos pelo Plasmodium vivax envolve a interação da região II da Duffy binding protein (DBPII) e o antígeno Duffy receptor para quimiocinas (DARC) expresso na superfície dos eritrócitos. Devido à importância da PvDBP em garantir o parasitismo nos eritrócitos, faz-se um importante candidato à vacina antimalárica. Sendo assim, realizamos um estudo longitudinal de base populacional para avaliar a dinâmica da infecção por malária e a persistência de anticorpos naturalmente adquiridos contra a PvDBPII durante 16 meses em uma população urbana do município de Mâncio Lima, estado do Acre. No total, 1326 indivíduos foram envolvidos no estudo, onde 1100 indivíduos participaram da linha de base e, 1120 indivíduos após 16 meses, com uma contribuição de 2237 amostras. A prevalência de malária na população foi de 9,6% (127/1326), com predominância de infecção causada por P. vivax (74%). Em relação a resposta de anticorpos anti-PvDBPII, 22,5% (299/1326) foram respondedores à PvDBPII. A regressão logística múltipla mostrou que as variáveis preditoras à positividade para PvDBPII foram idade, episódios prévios de malária e malária recente. Após 16 meses, houve uma redução significativa da frequência de anticorpos anti-PvDBPII de 24,7% (272/1100) para 15,8% (177/1120), que coincidiu com a diminuição dos casos de malária. Pelo acompanhamento de 894 indivíduos identificamos que 70,0% (626/894) foram não respondedor persistente (NRP) com resposta de anticorpos negativa em todo momento, 17,4% (156/894) respondedor transiente (RT), que teve flutuação na resposta de anticorpos anti-PvDBPII e apenas 12,5% (112/894) foram respondedor persistente, ou seja, tinham resposta de anticorpos positiva no período de 16 meses do estudo. Pela análise de regressão logística múltipla as variáveis preditoras para a persistência de anticorpos contra a PvDBPII foram as mesmas associadas com a positividade (idade, episódios prévios de malária e tempo desde a última malária). Em conclusão, o presente trabalho reforça que a PvDBPII tem baixa imunogenicidade, pois apenas 20% dos indivíduos respondem a PvDBPII, e confirmam estudos prévios realizados na região amazônica onde tanto a presença quanto a persistência de anticorpos contra a PvDBPII estão associados com exposição (idade, número de episódios prévios de malária e malária recente).