Infecção hospitalar: estudo de caso em um hospital universitário de Manaus, no período de 1997 a 2002

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Gomes, Lúcia de Fátima Rodrigues
Orientador(a): Hartz, Zulmira Maria de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34456
Resumo: A ocorrência de infecções hospitalares tem sido reconhecida como grave problema de saúde pública no mundo e a principal causa de iatrogenia das hospitalizações, determinando o aumento da morbidade, da mortalidade e dos custos dos pacientes internados. Nas últimas décadas, o Controle de Infecção Hospitalar (CIH) estabeleceu-se como atividade profissional e seu desenvolvimento científico foi impulsionado pelo uso inadequado e generalizado de tecnologias invasivas e de drogas antimicrobianas em pacientes hospitalizados. O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) registrou, em 2001 e 2002, um importante aumento das taxas de infecções hospitalares, particularmente devido às tendências crescentes das pneumonias e das infecções de pele e tecidos moles. O objetivo geral deste estudo é analisar os principais fatores associados às infecções hospitalares no HUGV de 1997-2002, para propor medidas de controle que resultem em melhorias da qualidade da assistência. A metodologia utilizada foi estudo de caso descritivo/retrospectivo, com análise de dados agregados e individualizados (relatórios das fichas de investigação epidemiológica das infecções hospitalares), associado à uma avaliação normativa, com aplicação do Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar (1998). O estudo evidenciou positivamente que as taxas de infecção hospitalar (por saídas), 5,48% a 13,48%, são compatíveis com a literatura; houve redução das taxas de infecção do sítio cirúrgico; reduziram-se as taxas de infecção do trato urinário associadas ao uso de sonda vesical de demora e as taxas de pneumonias associadas ao uso de ventilação artificial; os antibióticos mais utilizados terapeuticamente e para profilaxia foram, as cefalosporinas. Também foram identificados resultados negativos: os resultados de microbiologia (261) são incompatíveis com o número de infecções detectadas (3.488) e com apenas 7,5% de bactérias identificadas, este hospital não possui seu perfil etiológico e de sensibilidade antimicrobiano; por localização topográfica, as taxas mais expressivas foram para infecção de pele e tecidos moles 21,9% a 34,8% e pneumonia com 16,3% a 24,9%; o serviço de neurocirurgia apresentou maior freqüência relativa de infecção hospitalar (45% a 61%), bem como o maior diferencial de crescimento; o serviço com maior freqüência de infecção hospitalar foi a Neurocirurgia (45,2% a 60,8%); a unidade de internação com maiores taxas de incidência nas topografias pneumonias e infecção da pele e tecidos moles foi o Centro de Terapia Intensiva; os índices de letalidade apresentaram-se entre 6,35% a 10,25% e os de mortalidade foram 0,27% a 0,55%; o hospital não alcançou nível para ser acreditado. Embora seja apenas um trabalho de natureza científica e não reguladora, é inaceitável que um hospital universitário não alcance pelo menos, o nível um de “acreditado”, correspondente à indispensável segurança de suas práticas.