Démarche estratégica em dois hospitais da Região Norte de Angola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Luz, Mansitambi João
Orientador(a): Artmann, Elizabeth
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24373
Resumo: Angola é um país africano que sofreu quase três décadas de guerra civil (após a indepedência em 1975), que destruiu também a infra-estrutura sanitária e desarticulou o sistema de saúde. Assim, o estudo objetivou aplicar a Démarche Estratégica nos HGB e HGU, tendo em vista o desenho de estratégias para o melhoramento do seu funcionamento e que pudessem servir de modelo para o Serviço Nacional de Saúde de Angola, carente de aplicação de enfoques de planejamento (planeamento) estratégico bastante valorizado e citado em diversas referências bibliográficas, como propostas metodológicas que têm funcionado em outros países. Metodologia: foi utilizado o passo a passo da metodologia da Démarche Estratégica, já adaptado por Andrade e Artmann (2009) e foram feitas as devidas adaptações ao contexto Angolano. Os dados foram obtidos nos hospitais através de entrevistas, utilizando-se o roteiro do enfoque démarche estratégica com 50 informantes (incluíndo gestores e profissionais) dos referidos hospitais e análise de diversas fontes secundárias (livro de registos, arquivo do Serviço de Admissão, Arquivo e Estatística Médica e Departamento dos Recursos Humanos dos hospitais). Os Resultados do estudo mostram que tanto o HGU quanto o HGB não têm concorrência. No HGU, os segmentos de maior demanda como Pediatria e Medicina não estão devidamente valorizados, nem têm a posição competitiva adequada para a demanda de pacientes. A Cirurgia é o segmento mais valorizado em termos de perspectiva de crescimento a curto prazo, em detrimento dos demais. Oftalmologia, otorrinolaringologia e urologia possuem menos valor e posição competitiva e são também os de mais baixa procura de pacientes. A baixa valorização destes serviços consubstancia-se no pouco investimento aí feito em tecnologia, recursos humanos e estrutura física com implicações na qualidade assistencial. O HGB tem uma valorização e posição competitiva dos segmentos mais equilibrada comparativamente ao HGU, mas também não atribui grande valor aos segmentos. Cirurgia, Maternidade e ortopedia são os serviços mais valorizados e o segmento de Medicina com grande demanda não está devidamente valorizado. Observa-se que nesta experiência, os fatores-chave de sucesso relacionados especialmente a recursos humanos sejam especializados ou não, e à própria infraestrutura são os que se destacam quanto ao baixo e à necessidade de investimento. A estratégia do HGU deve ser revista e ajustada à real necessidade pois, tem um segmento de maior interesse regional que é a cirurgia mais valorizado e posição competitiva alta (alto investimento) em detrimento de segmentos de grande interesse local com altíssima demanda (Medicina, Pediatria e Ginecologia). Considerando os resultados e adaptabilidade da démarche aos diferentes contextos, propõe-se a sua aplicação em outros hospitais de Angola como método de análise das atividades e relação com a real demanda de pacientes, assim como explorar outras possibilidades desta metodologia. Essa abordagem adaptada a realidade de Angola poderia servir de modelo de gestão para outras unidades hospitalares, com problemas de gestão que não diferem muito dos dois hospitais gerais alvos deste estudo.