Desenvolvimento e Validação de método não destrutivo de determinação de nitrogênio proteico em vacina de febre amarela por espectroscopia de infravermelho próximo com calibração multivariada

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Emídio dabkiewicz, Vanessa
• Orientador(a): Abrantes, Shirley de Mello Pereira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37944

A vacina febre amarela (atenuada) é o meio mais eficaz para prevenir e controlar essa doença. E segundo registros recentes, preocupa sua possível reemergência, refletindo no aumento da solicitação da vacina, tanto pelo Ministério da Saúde para áreas nacionais, quanto para a exportação.O conteúdo de proteína total é um fator de influência na tolerância a este imunobiológico, devendo ser monitorado o limite máximo exigido pela legislação, por meio do teste de nitrogênio proteico; realizado através do método de Kjeldahl, cujas desvantagens incluem o uso de reagentes químicos, a geração de resíduos e um longo tempo de análise. Diante da importância atribuída ao teste de nitrogênio proteico, no controle do produto final da vacina, é clara a motivação para o desenvolvimento e validação deste trabalho. Dentro das diretrizes da boa prática de fabricação (BPF) e fundamentos de vigilância sanitária, foi contemplada a espectroscopia do infravermelho próximo (NIR) com reflectância difusa, associada à calibração multivariada, como uma alternativa para o método clássico. A calibração multivariada mais apropriada foi alcançada para o método mínimos quadrados parciais (PLS) com tratamento de correção multiplicativa de sinal (MSC) e dados centrados na média (CM), utilizando um número mínimo de variáveis latentes igual a 1, com menor valor da raiz quadrada do erro médio quadrático de previsão (0,00334) associado ao maior valor de percentual (90%) de amostras com exatidão na faixa de recuperação de 95 a 105%, na região de 4000-5184 cm-1. O modelo teve comportamento nas suas previsões, considerado repetitivo com um valor de HorRat menor que 2, e com desvio padrão relativo menor que 5%. Os critérios de aceitação foram satisfatórios, indicando precisão intermediária adequada. O método não foi considerado robusto para a temperatura de 27°C, mas robusto para as temperaturas avaliadas (22°, 24° e 25°C), para todos os tempos de degelo avaliados (10 minutos a 6 horas), para a troca da lâmpada do instrumento e para a variação da posição de leitura do frasco da amostra. A recuperação para valores de incremento de 0,02 mg/dose em nitrogênio proteico, com adição do padrão de ovoalbumina às amostras, apresentou percentuais entre 95 a 105%. A incerteza dos resultados da metodologia analítica do Kjeldahl (0,002345 mg/dose), representou uma contribuição significativa de 54% no resultado da incerteza dos resultados da calibração multivariada (0,002867mg/dose). Essa avaliação reflete a forte influência da confiabilidade dos valores de referência. A espectroscopia NIR apresentou vantagens sobre o método Kjeldahl, pois permitiu a eliminação do uso de reagentes perigosos, a redução do tempo total de análise e eliminou a geração de resíduos. A análise pela técnica espectroscópica, por ser não destrutiva, possibilita o reuso das amostras para estudo de estabilidade da vacina. Finalmente, este trabalho apresentou a implementação e validação de modelos multivariados, através de uma robusta técnica de espectroscopia de infravermelho próximo, para determinação de nitrogênio proteico. Mostrando-se uma alternativa viável ao método tradicional e uma possível ferramenta orientativa, para estudos posteriores na área de controle de qualidade, voltadas às exigências da vigilância sanitária.