Aspectos demográficos e clínicos da interação de anticonvulsivantes e antiretrovirais em pacientes com epilepsia e infecção/doença HIV/AIDS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Naurath, Christian
Orientador(a): Silva, Marcus Tulius Teixeira da, Lima, Marco Antonio Sales Dantas de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25385
Resumo: A epilepsia é uma condição prevalente e associada à importante morbidade. A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresenta grande morbimortalidade em todo o mundo. A interação entre as terapias antiretrovirais de alta eficácia \2013 Higher activity antirretroviral therapy (HAART) e as drogas antiepiléticas (DAE) pode ter impacto negativo no controle virológico no controle das crises e efeitos colaterais e disfunções orgânicas, tais como toxicidade às DAE e HAART. É necessário compreender o impacto desta combinação no controle das crises e no tratamento do HIV.O objetivo da tese é determinar a frequência de epilepsia nos pacientes com infecção pelo HIV no do Instituto Nacional de Infectologia / Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (INI/FIOCRUZ) e determinar o impacto da combinação de HAART e DAE no controle imunológico, controle das crises e na toxicidade / efeitos adversos. Foi realizada análise retrospectiva com revisão de prontuários de pacientes provenientes dos ambulatórios de infectologia e neurologia do INI/FIOCRUZ durante o período de Janeiro 2004 a Fevereiro 2015.Na primeira etapa foram estudados dois grupos de pacientes com infecção pelo HIV, sendo um grupo portador de epilepsia (usuário de DAE e HAART) e outro grupo de pacientes apenas em uso de HAART (grupo controle). Na segunda etapa foi estudado apenas o grupo portador de epilepsia, estabelecendo comparação entre dois subgrupos (usuários de ácido valpróico e outras drogas anticonvulsivantes) A análise dos dados foi através de análise descritiva dos dados e análise de sobrevida com modelos semi-paramétricos COX para avaliação de eventos múltiplos. Para o desfecho utilizamos a contagem de linfócitos TCD4+ inferior a 350 células / mm3.Afrequência de epilepsia nos pacientes com infecção pelo HIV no INI/ Fiocruz foi de 6,81%. O ácido valpróico agrega risco de desfecho de linfócitos TCD4+ menor que 350 quando comparado ao controle (HR 1.420) e também quando comparado com outros anticonvulsivantes (HR 3.523)em pacientes HIV+ usuários de HAART. As demais drogas anticonvulsivantes parecem ter resultados semelhantes ao grupo controle para desfecho de linfócitos TCD4+ menor que 350 e parecem conferir proteção. A principal razão para as crises foram doenças e complicações infecciosas. As principais crises descritas foram generalizadas. Não se pode avaliar o impacto da combinação de HAART e DAE no controle de crises convulsivas, mas houve elevada taxa de internação para controle de crises convulsivas e/ou status epilepticus. Não houve relatos graves de toxicidade / efeitos adversos e ocorreu em 18,97% do grupo ácido valpróico e em 21,05% do grupo outros. As crises de difícil controle foram de 10,34 a 12,07% no grupo ácido valpróico e de 10,53 a 15,79% no grupo outros. Na maior parcela dos pacientes as medicações antiepiléticas foram iniciadas tardiamente possivelmente por complicações associadas ao período de tratamento do HIV. O perfil de preferência de DAE foi pelo ácido valpróico em detrimento às outras medicações anticonvulsivantes