Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Mota, Jurema Corrêa da |
Orientador(a): |
Vasconcelos, Ana Gloria Godoi |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4914
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Resumo: |
A violência familiar contra a mulher praticada pelo parceiro íntimo é um problema que ocorre em todas as classes sociais, independente de cultura, raça ou status econômico. É um fenômeno que apresenta várias faces, com complexas causas culturais, familiares e individuais. As mulheres sob situação de violência familiar do parceiro apresentam complicações na saúde física, emocional e sexual e, freqüentemente, fazem uso dos serviços hospitalares como conseqüência, direta ou indiretamente, das agressões sofridas. O presente trabalho tem como objetivo a análise das agressões contra a mulher praticadas pelo parceiro e sua relação com condições sóciodemográficas registradas nas fichas de atendimento do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2000. Trata-se de um estudo descritivo, com 684 mulheres que buscaram atendimento no CIAM por terem sofrido violência do conjuge atual ou passado, considerando-se o estado civil de fato. No artigo I, procurou-se investigar o padrão de associações entre os crimes registrados no CIAM e estabelecer, a partir dessas relações, critérios para a classificação das agressões. Para compor a classificação, os crimes foram submetidos à técnica de análise de correspondência múltipla, seguida das técnicas de classificação mista (hierárquica e não hierárquica). É uma técnica multivariada adequada para avaliar a associação entre variáveis categóricas. Os resultados da análise de correspondência mostram que os três primeiros fatores explicam 65% da variabilidade total. As categorias que mais contribuem para o 1º fator são a ameaça de morte e a ameaça As maiores contribuições para o 2º fator são: lesão corporal grave e lesão corporal leve. A maior contribuição ao 3º fator é dada pelo abuso sexual e lesão corporal leve. Identificou-se, a partir da técnica de classificação mista, três grupos de mulheres que se distinguem pela natureza do crime (físico, psicológico e sexual) e pelos níveis de gravidade. O grupo menos grave é formado, majoritariamente, pelos crimes de lesão corporal leve e ameaça. O de gravidade intermediária reúne, majoritariamente, crimes de lesão corporal grave e ameaça. No terceiro grupo, de maior gravidade em relação aos demais, estão, com maior freqüência, os crimes de ameaça de morte, estupro e abuso sexual. No artigo 2, buscou-se investigar as relações conjuntas entre grupos de violência e condições sóciodemográficas da vítima e do agressor, visando estabelecer um perfil da população de mulheres atendidas no CIAM. Utilizou-se a técnica da análise de correspondência múltipla na caracterização desse perfil. É uma técnica estatística multivariada adequada para avaliar a associação entre variáveis categóricas. Os resultados mostram que os três primeiros eixos explicam 33% da variabilidade total. O primeiro eixo é formado por agressores aposentados, tempo de união maior que 10 anos e idade do homem. O segundo eixo é composto por vítima chefe de família ou não e lesões graves de origem sexual. O terceiro eixo é formado por agressores desempregados, mulheres com ensino médio completo e tempo de união inferior a 5 anos. Foi identificado um perfil diferenciado de mulheres vitimadas pelo parceiro no que se refere à gravidade da violência. As vítimas de lesão grave de origem sexual associaram-se ao ensino médio incompleto e com mais de três residentes trabalhadores. As vítimas de lesão grave de origem física e psicológica estão relacionadas ao ensino superior e pós-graduação e declaradas como chefes de família. O grupo das vítimas de lesões leves de origem física e psicológica se relaciona com tempo de união inferior a 5 anos, ensino médio completo da mulher, agressor mais novo, trabalhador e com até 3 residentes trabalhadores. Os resultados da presente pesquisa geram subsídios para a ampliação do conhecimento sobre violência praticada pelo parceiro e contribuem na elaboração de intervenções específicas relevantes para a população analisada. |