Estudo da infectividade da vacina tetravalente da dengue em diferentes linhagens celulares e sus aplicabilidade em um ensaio de potência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Renata Faria de
Orientador(a): Nogueira, Ana Cristina Martins de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55433
Resumo: A Dengue, uma arbovirose de zonas tropicais e subtropicais, é um importante problema de saúde pública, com aproximadamente 40% da população mundial em risco da doença. A principal estratégia atualmente para se obter uma medida profilática eficaz na prevenção da doença é o desenvolvimento de uma vacina tetravalente contra dengue, cuja resposta contra os quatro sorotipos virais deve ser balanceada, evitando a ocorrência de dengue grave após a infecção. No Brasil, já existe o registro da vacina heteróloga comercializada pela Sanofi-Pasteur (Dengvaxia®). O controle da qualidade de vacinas é realizado pelo laboratório produtor e deve obedecer a critérios padronizados, estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS) é o órgão responsável por garantir a qualidade e a liberação de cada lote de vacina consumido no país, avaliando critérios de qualidade como potência, identidade e termoestabilidade. A determinação da potência da Dengvaxia® pelo produtor baseia-se em ensaio de dose infectante de 50% de cultura de células (CCID50) em células VERO. Contudo, conforme definido pela OMS, a potência de vacinas tetravalentes contra a dengue pode ser determinada em células VERO ou outra sensível ao vírus vacinal. Nesse contexto, as propostas do trabalho foram: avaliar a sensibilidade de três diferentes linhagens celulares humanas (HEK293T, THP-1 e U937) à infecção pelo vírus vacinal no ensaio de potência da vacina tetravalente da dengue, como alternativa metodológica às células VERO, e desenvolver uma metodologia alternativa para avaliação da potência. Para isso, as células THP-1 e U937 diferenciadas em macrófagos, HEK293T e VERO (controle) foram infectadas com o vírus vacinal nos tempos de três e sete dias utilizando as metodologias de imunocolorimetria (padronizado pelo produtor) e citometria de fluxo. A linhagem celular HEK293T mostrou-se permissiva à infecção com o vírus vacinal, enquanto que em células dTHP-1 e dU937 não foi possível detectar infecção pelo vírus vacinal, em ensaios por imunocolorimetria. Além disso, foi possível observar, nas células HEK293T, uma diferença significativa entre a potência dos sorotipos vacinais, com uma dominância do sorotipo 4, o que não fora observado em células VERO. Na citometria de fluxo foi possível avaliar a infecção da vacina tetravalente da dengue nas células estudadas, nos tempos de três e sete dias. Ademais, a viabilidade do método de citometria de fluxo foi confirmada pela presença de partículas virais nas células infectadas por ensaio de imunofluorêscencia por microscopia confocal. Em relação à comparação entre a metodologia de citometria de fluxo proposta e o ensaio padrão definido pelo produtor na determinação da potência da vacina tetravalente da dengue, foi evidenciado que o método de citometria de fluxo é viável e mais sensível na avaliação da potência da vacina. Dessa forma, a linhagem celular humana HEK293T é uma candidata em potencial para utilização na determinação da potência e identidade de vacinas tetravalentes contra a dengue e a citometria de fluxo mostrouse uma metodologia alternativa ao ensaio imunocolorimétrico