Características, autocuidado e qualidade de vida entre pacientes com diabetes mellitus tipo 2 em unidades de atenção primária à saúde em Teresina, PI: um estudo transversal desafiado pela pandemia de Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carvalho, Arethuza de Melo Brito
Orientador(a): Portela, Margareth Crisostomo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51845
Resumo: A Diabetes Mellitus tipo 2 como doença crônica de elevada e crescente prevalência, exige uma assistência de saúde integral e mudança comportamental, com base no controle glicêmico e autocuidado. Objetivo: caracterizar o perfil, padrão de autocuidado e qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 usuários da Estratégia Saúde da Família em Teresina- Piauí, e identificar fatores associados à qualidade de vida. Metodologia: estudo transversal desenvolvido de dezembro/2019 a junho/2021, com 373 pacientes. Foram utilizados o Questionário de Atividades de Autocuidado com Diabetes (QAD), Medida de Adesão aos Tratamentos (MAT), questionário específico de qualidade de vida, Diabetes-39, e o questionário genérico, EuroQoL self-report questionnaire 5-dimensional 3-level (EQ-5D-3L). A análise dos dados foi expandida e proporcional à população de 15.390 pacientes cadastrados, e apresentada por descrição, análises bivariadas e modelos multivariados de regressão, com cálculo de estimativa de chance (Odds Ratio). Resultados: perfil de pacientes formado por sexo feminino, faixa etária de 60-69 anos, casados(as), que moram acompanhados(as), com oito a dez anos de estudo, aposentados(as)/pensionista, renda familiar mensal de um a dois salários mínimos, não ingerem bebida alcóolica, em situação de sobrepeso, tempo de diagnóstico menor que cinco anos, exame atualizado de hemoglobina glicada e com alguma complicação. A amostra apresentou controle glicêmico ruim, hemoglobina glicada com média de 7,96%. As ações de autocuidado foram mais favoráveis para alimentação geral e específica, cuidado dos pés e uso da medicação, e menor adesão na prática de atividade física e monitorização da glicemia. Houve boa adesão ao tratamento medicamentoso. Pacientes demostraram medo de apresentar complicações, perder controle do açúcar e ter diabetes. De forma geral, a qualidade de vida foi mais afetada pela presença de dor/mal estar e ansiedade/depressão. Conclusão: pacientes sem percepção definida de interferência da diabetes na qualidade de vida, apesar de entenderem a gravidade da sua doença. Algumas variáveis socioeconômicas, demográficas, clínicas e de cuidado interferiram nas dimensões da qualidade de vida, o controle glicêmico ruim foi protetor na maioria das associações com qualidade de vida, com efeito negativo apenas no funcionamento sexual e percepção quanto à gravidade da doença. A vivência da pandemia de covid-19 ocasionou maior adoção de hábitos de cuidado, e melhorou a qualidade de vida quanto à sobrecarga social, e realização de cuidados pessoais e atividades habituais.