Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Adanho, Corynne Stephanie Ahouefa |
Orientador(a): |
Gonçalves, Marilda de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33158
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O Acidente vascular cerebral (AVC) é uma das maiores complicações da Anemia Falciforme (AF). Ele afeta cerca de dez por cento dos indivíduos com menos de vinte anos e pode causar danos cerebrais permanentes. A hidroxiuréia (HU) é atualmente usada para tratar complicações da SCA e também para prevenir eventos de AVC. No presente trabalho, avaliamos a correlação entre marcadores laboratoriais e velocidades do Doppler Transcraniano (DTC) que é atualmente, o método padrão ouro para detecção de AVC em crianças com AF .O doppler transcraniano (DTC) mede as velocidades médias no tempo (VMMAX) na artéria carótida interna e nas artérias cerebrais médias. A estimativa da velocidade do fluxo sanguíneo arterial acima de 200 centímetros por segundo está associado ao risco elevado de AVC. OBJETIVO O objetivo principal deste estudo foi investigar marcadores bioquímicos, hematológicos e genéticos na AF pediátrica associado a possibilidade de ocorrência de AVC, correlacionando-os as velocidades DTC. MATERIAL E MÉTODO 163 pacientes com AF foram incluídos no estudo, com ou sem evento de AVC prévio, entre 2 e 18 anos no Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Com-HUPES/UFBA) e no Centro de Referência de Doença Falciforme (CERDOFI), respectivamente localizados em Salvador e em Itabuna. Comparamos o fluxo sanguíneo cerebral em pacientes estratificados por: TCD1 - definido como normal, com VMMAX inferior a 170 cm / s; TCD2 - condicional, com VMMAX acima de 170cm / s, mas menorque 199cm / s; TCD3 - alto risco, com VMMAX maior ou igual a 200 cm / s. A análise da Classe Latente (LCA) foi realizada com base nos marcadores laboratoriais e foram modelados os perfis de classe inflamatória hemólise e perfil de lipidemico. Avaliamos o possível impacto prognóstico no desenvolvimento de altas velocidades em pacientes com AF de características clínicas e hematológicas. parametros tratados ou não com HU e dos seguintes genes: Metilenotrihidrofolato redutase (MTHFR), familia de receptores olfactivos 51 Membro da subfamilia B 6 (OR51B6), familia do citocromo P450 4 membros F da subfamilia 2 (CYP4F2), membro da familia do transportadorde anions do do portador de soluto B1 (SLCOB1) e Apolipoproteína B (APOB), bem como genótipo de α-talassemia e haplótipo de cluster gênico de βS-globina. RESULTADO E CONCLUSÕES. Não encontramos, em nosso estudo, o efeito dos genes analisados sobre a prevenção do AVC. Entretanto, estudos adicionais incluindo um número maior de pacientes que estiveram risco ou que desenvolveram AVC, são necessários para entender melhora influência desses genes no risco de AVC em pacientes com AF. Observamos correlações significativas (com Spearman r<-0,2 e p <0,05) entre VMMAX esquerdo e direito e parâmetros laboratoriais. O presente estudo mostra observamos correlação positiva (com Spearman r≤0,6 e p <0,05) entre NOx e VLDL (Very Low Density Lipoprotein) e triglicérides (TG) sugerindo que o óxido Nítrico (NO) pode serconsiderado um parâmetro relevante em relação à fisiopatologia do AVC em pacientes com AF. A correlação com os parâmetros do VMMAX e dos lipídios é negativa e significativa com o VLDL (r=-0,1743;p=0,0378) e triglicérides (r=-0176;p=0,0354).Os resultados também mostram correlações significativas entre DTC- VMMAX e marcadores laboratoriais de rotina no monitoramento dos pacientes pediátricos com AF.Também se observou que o tratamento com hidroxiureia (HU) teve um impacto muito interessante nos parâmetros laboratoriais pois, pacientes tratados com HU mostraram diminuição da contagem de leucócitos e linfócitos em todos os grupos estratificados, mas apenas de forma significativa comparando o grupo de alto risco tratado e aqueles não tratados. Na análise da Classe Latente (LCA) realizada,sessenta e dois porcento (62%) da nossa população foi encontrada na subclasse mais inflamatória e 52% da população como hipolipidêmico. Com base nessa observação, sugerimos que, em acidente vascular cerebral, será interessante avaliar o potencial terapêutico de lipídios direcionados na prevenção de risco nesse grupo populacional. Além disso, sugerimos que o subfenótipo dislipidêmico na população estudada deve ser considerado como de risco alto para o AVC. |