Formação do agente comunitário de saúde na reorganização da atenção primária com perspectiva de mudança do modelo de atenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Schmidel, Jucineide Proença da Cruz
Orientador(a): Tavares, Maria de Fátima Lobato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2523
Resumo: Este estudo buscou analisar a percepção do agente comunitário de saúde sobre a formação recebida e a possibilidade de aplicação/mobilização das competências requeridas para mudanças no processo de trabalho. A educação para o trabalho é considerada uma estratégia para a transformação social, implicando em reformulação de estratégias para tornar os trabalhadores profissionais comprometidos, formando-os em processos educativos direcionados para competências, sob os princípios da humanização e foco no trabalho, lócus em que se evidencia e se desenvolvem as necessidades de reorientação do desempenho do trabalhador de saúde. Para isso buscou-se conhecer as percepções dos ACS, egressos do módulo I, formação inicial do curso técnico de agente comunitário de saúde, em relação aos conceitos de saúde e promoção da saúde, processo de trabalho e competência profissional e formação dos agentes comunitários de saúde. Partiu-se da premissa de que os processos de formação dos Agentes Comunitário de Saúde, não atende às necessidades da comunidade e da estratégia saúde da família, uma vez que em sua maioria ocorrem de forma desarticulada do contexto das práticas. Os sujeitos da pesquisa foram agentes comunitários de saúde egressos do curso de formação inicial em agente comunitário de saúde, integrantes de equipe saúde da família. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como instrumento central de coleta de dados o grupo focal e técnicas complementares a observação participante e a análise documental. Os dados obtidos foram analisados de acordo com a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin. Evidencia-se que o conceito de saúde na percepção do ACS, não esta presente a abordagem biomédica, curativa, como ausência de doença, mas há uma ampliação para além ao entender a saúde como um direito fundamental para as condições de saúde e qualidade de vida. Consideraram os determinantes sociais da saúde (DSS) como fatores primordiais que intervêm sobre o campo da saúde e também a necessidade de políticas públicas intersetoriais como fator estruturante para uma boa qualidade de vida. Quanto à promoção da saúde evidenciou-se as fragilidades na sua aplicação no processo de trabalho. Os trabalhos educativos são fatores de transformação dos comportamentos dos indivíduos. Foram ressaltadas as questões intersubjetivas no trabalho com dados prescritos e real, cujos enfrentamentos no processo educativo são poucos aproveitados. E desenvolver ações participativas. Quanto ao processo de trabalho evidenciou-se distanciamento entre sua atuação e as barreiras organizacionais, havendo necessidade de uma maior articulação entre ACS e equipe do serviço para que se efetive um trabalho em equipe com planejamento das ações. Como eixo central do trabalho está o acolhimento, acessibilidade e trabalho em equipe. Em relação à competência existe uma dificuldade no seu entendimento, embora o curso conseguisse trabalhar os conhecimentos necessários para a prática da profissão.