Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Castro, Maria Goretti Gurgel Mota de |
Orientador(a): |
Ferreira, Aldo Pacheco |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4715
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Resumo: |
A opção pela realização deste estudo em dois assentamentos de reforma agrária seguiu a diretriz de avaliar aspectos da utilização dos agrotóxicos e da qualidade dos recursos hídricos, em comunidades que, até recentemente, se caracterizavam pelo desenvolvimento de sistemas agrícolas com pouca ou nenhuma aplicação destes produtos. Para cumprir os objetivos propostos foi realizado um estudo descritivo desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa foi efetuado um estudo transversal com o objetivo de caracterizar o uso de agrotóxicos na área de pesquisa e registrar a ocorrência de sinais e sintomas auto-referidos relacionados à exposição a estes produtos. Na segunda etapa avaliou-se a qualidade dos recursos hídricos utilizados nos assentamentos pesquisados e o potencial de contaminação das fontes de abastecimento. Os resultados revelaram que, dos 81 agricultores entrevistados nos dois assentamentos pesquisados, 30 (37,0%) utilizavam seis tipos de produtos químicos; os agrotóxicos mais citados foram os organofosforados Folisuper 600 BR e Azodrin 400, aplicados principalmente em lavouras de feijão e milho por 22 dos 30 usuários; 15 recebiam algum tipo de orientação do técnico agrícola ou do vendedor; apenas 11 informaram seguir o receituário agronômico; nenhum dos 30 usuários utilizava EPI completo; destes 7 declararam já terem se intoxicado e todos eram do sexo masculino. Entre os sinais e sintomas autoreferidos a maioria relatou vertigens/tonturas, mal estar generalizado, alergia na pele/coceira; nenhum retornava a embalagem ao vendedor, como exige a legislação vigente. 97,5% dos assentados utilizavam água coletada em açude ou lagoa, seguida de 64,2% que também usavam água de poços; 96,6% dos domicílios onde residiam os entrevistados possuíam fossa rudimentar para dispor os efluentes sanitários; 93,9% afirmaram queimar e/ou enterrar o lixo. Mesmo com o IQA denotando índice de qualidade de água “boa” para os açudes analisados, seria prematuro concluir que os mesmos não estão contaminados por agroquímicos, uma vez que a pesquisa revelou a utilização de produtos químicos extremamente e altamente tóxicos, por quase 40% dos entrevistados. Em função dos resultados encontrados fica evidente a necessidade de se reavaliar as políticas públicas voltadas para os assentamentos de reforma agrária, visando à implementação de atividades orientadas para a sustentabilidade ambiental e de vida das populações rurais. |