Resumo: |
Atualmente, os agrotóxicos organofosforados são uma das principais classes químicas de agrotóxicos recomendadas pela OMS e utilizadas para o controle químico de vetores urbanos. Trabalhadores que manipulam diariamente estas substâncias, como os Agentes de Combate às Endemias (ACE), vêm sendo expostos aguda e cronicamente. A quantificação de metabólitos alquilfosfatos em urina vem sendo utilizada como biomarcadores de exposição sensíveis e mais específicos no biomonitoramento dos principais organofosforados utilizados atualmente. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão integrativa sobre os métodos analíticos mais utilizados para a quantificação de metabólitos alquilfosfatos em urina no biomonitoramento e em estudos epidemiológicos de avaliação de exposição a organofosforados, discutindo suas vantagens e limitações, os resultados encontrados e aplicabilidade no biomonitoramento dos ACE. Para tal, foram realizadas buscas nas bases de dados Pubmed, Scielo e BDTD com termos e descritores referentes ao tema. Foram selecionados artigos e teses com dados primários realizados entre os anos 2000 e 2021. Foram selecionados 205 estudos, sendo 11 (5%) sobre desenvolvimento de método para quantificação de alquilfosfatos em urina humana, 180 (88%) sobre estudos epidemiológicos que utilizaram esta quantificação e 14 (7%) sobre ambos os temas. Os métodos de extração mais utilizados foram a ELL e a EFS. A cromatografia em fase gasosa é o método de separação mais utilizado para este fim. Dentre os métodos desenvolvidos, 19 (76%) utilizaram a CG, que em 12 (63%) estudos foi acoplada a EM. Já dentre os estudos epidemiológicos que informaram a metodologia utilizada, a CG foi utilizada em 154 (85%) deles, que em 114 (74%) foi acoplada à EM. Entre os estudos epidemiológicos selecionados, 82% tratavam-se de avaliação de população exposta ambientalmente e 18% de avaliação da exposição ocupacional. Somente 9 (4%) estudos foram com trabalhadores de controle vetorial, com destaque para Japão e México. Apesar de poucos, os estudos com esta população trazem resultados interessantes mostrando que os alquilfosfatos são biomarcadores sensíveis e que a exposição a organofosforados é uma realidade na rotina de trabalho desta categoria e pode levar a diversos danos à saúde. |
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