Investigação sobre o efeito repelente dos óleos naturais de citronela e eucalipto-limão e o papel de receptores ionotrópicos na identificação de moléculas repelentes em triatomíneos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Canedo, Iago Souza Dias
Orientador(a): Souza, Rita de Cássia Moreira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: s.n.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58206
Resumo: Os repelentes são utilizados há décadas para a proteção individual contra picadas de insetos de importância médica. Ainda assim, pouco se sabe sobre os mecanismos genéticos envolvidos no fenômeno da repelência, principalmente em relação aos triatomíneos, insetos vetores do Trypanosoma cruzi que causa a doença de Chagas. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar a ação de repelência de sustâncias naturais em comparação ao DEET e a participação de receptores ionotrópicos envolvidos no processo de detecção de repelentes, em Rhodnius prolixus. Na primeira etapa, ninfas de 5º estádio com 21 dias de jejum foram colocadas em arenas experimentais, contento camundongos tratados topicamente com as substâncias repelentes citronela, eucalipto-limão e DEET, para a observação direta da busca pelo hospedeiro durante 30 minutos. Em todos os ensaios os insetos foram totalmente repelidos. Em contrapartida, nos respectivos grupos controle (camundongos não tratados), mais de 80% das ninfas realizaram o repasto. A segunda etapa consistiu na padronização e análise da expressão relativa dos receptores ionotrópicos RproIR8a, RproIR25a, RproIR76b, RproIR75a e RproIR75e, por RT-qPCR, em antenas de ninfas de 5º estádio com 21 dias de jejum. Os insetos foram expostos aos repelentes em dois grupos: “tratado” (ninfas expostas a camundongos tratados com as substâncias repelentes) e “forçado” (insetos expostos ao contato com papel filtro impregnado com as substâncias avaliadas), para posterior extração do RNA. Todos os alvos, independente do grupo, em relação ao controle (ninfas não expostas às substâncias repelentes), apresentaram diminuição da expressão, quando houveram diferenças. O gene RproIR75e foi o único que respondeu significativamente aos três repelentes testados. Os alvos RproIR8a e RproIR75a responderam apenas aos óleos naturais, sendo o valor mais significativo do gene RproIR75a no repelente citronela, com uma redução de 63,9% no grupo “tratado”. Nos grupos “forçado” os genes RproIR8a e RproIR76b apresentaram uma redução ainda maior que no “tratado”, quando os insetos foram expostos à citronela. Já o receptor RproIR25a respondeu somente ao óleo de citronela no grupo “forçado”, enquanto que no “tratado” demonstrou alterações na expressão apenas para o eucalipto-limão e DEET. A compreensão ao nível molecular da maquinaria olfativa envolvida no processo de percepção de repelentes em triatomíneos poderá possibilitar o manejo inteligente de produtos que atuem de forma efetiva para a proteção individual, contra a picada destes insetos.