Viver com esquizofrenia: estudo de caso em uma comunidade virtual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Frossard, Vera Cecília
Orientador(a): Dias, Maria Clara Marques
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18030
Resumo: Este trabalho analisa novo fenômeno em saúde: pacientes e/ou seus familiares se reúnem na Internet para trocarem experiências e informações sobre a doença. Formam assim inúmeros grupos de ajuda mútua, redes sociais, blogs e web sites informativos sobre doenças. Nestes espaços de interação, o conhecimento prático, gerado a partir da experiência com a doença, torna-se repertório de vida compartilhado entre pares e tem o efeito de empoderamento da pessoa que convive com a doença. Para analisar o novo fenômeno empreendemos revisão bibliográfica sobre grupos de apoio na Internet bem como estudo de caso em um grupo virtual sobre esquizofrenia. A perspectiva dos funcionamentos como uma teoria de justiça social nos serviu para identificação dos funcionamentos básicos realizados a partir das conversações estabelecidas na comunidade virtual. O principal funcionamento realizado pelo grupo virtual para quem tem sofrimento psíquico é o reconhecimento de si no outro, o que produz alivio, pois as pessoas percebem que não são as únicas em relação à experiência do sofrimento psíquico, a qual deixa de ser estranha e ameaçadora. Delineia-se uma nova identidade forjada a partir da condição crônica: uma bioidentidade. O anonimato é confortável para as narrativas da vida com esta condição. O estranho íntimo, vínculo possível de ser estabelecido na Internet, é a base da intimidade entre os membros do grupo. O grupo virtual indica ser uma alternativa de socialização para alguns membros que sentem desconforto em frequentarespaço público, identificada como retraimento positivo (positive whitdraw). Para os familiares, o grupo significa aprender a lidar com o transtorno com quem o vivencia, bem como apoio emocional, principalmente ser compreendido pelos pares e não julgado. A comunidade virtual auxilia na redução do sentimento de solidão e aliado ao compartilhamento de experiências, promove maior controle e domínio sobre a vida de quem convive com a esquizofrenia.