Análise espacial da leucemia mielóide crônica por região de desenvolvimento econômico do estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Neves, Washington Batista das
Orientador(a): Brito, Ana Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13690
Resumo: A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferativa crônica, cuja incidência é de 1,5 casos por 100.000 habitantes ao ano, com predomínio do gênero masculino. A predisposição hereditária parece não existir e o único fator bem caracterizado de risco é a exposição à radiação ionizante. O geoprocessamento é uma ferramenta informacional de auxílio aos profissionais e estudiosos da área da saúde capaz de mapear as doenças e permitir a análise de riscos sócio-ambientais. O objetivo deste estudo foi caracterizar a distribuição dos casos de LMC e de exposição a tóxicos industriais dos pacientes residentes no estado de Pernambuco com registro no Hospital Hemope nos últimos cinco anos. O estudo tipo série de casos incluiu todos os pacientes com diagnóstico de LMC, idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os gêneros, atendidos no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2009 e procedentes das diversas regiões de desenvolvimento do Estado. Para coleta e análise dos dados foram utilizados os registros dos prontuários de saúde e os aplicativos Excel 2003 e Terra View. No período do estudo foram diagnosticados 201 casos de LMC, com mediana de idade de 49 anos (extremos 18 a 93) e maior pico de incidência entre os 40 e 50 anos (24 por cento). Houve predomínio do sexo masculino (1,1:1) e de residentes de áreas urbanas (86 por cento). A incidência da LMC para as 12 regiões de desenvolvimento do Estado variou entre 0,5 e 3,8 casos por 100.000 habitantes/ano com média de 1,8 casos. As Regiões do Agreste Meridional e Sertão do Pajéu apresentaram maior incidência de casos de LMC, no entanto, não houve variação significante no número de casos ao longo dos anos e nem foram identificados determinantes sócio-ambientais relevantes associados. Apenas 10 por cento dos prontuários apresentaram registro sobre contato do pacientes com tóxicos industriais. A taxa de incidência da LMC encontrou-se dentro da frequência esperada, porém, com variações entre os municípios e as diferentes regiões de desenvolvimento do Estado. O estudo por geoprocessamento auxiliou na análise da distribuição espacial dos casos para uso dos dados como estudo de linha de base. A interface entre o profissional e o serviço de saúde pública é essencial para reconhecer e responder as preocupações com mudanças no perfil epidemiológico de doenças crônicas, frente aos novos cenários de desenvolvimento econômico