Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Souza, Jéssica da Silva |
Orientador(a): |
Meyer, Rafael Mariante,
Menna-Barreto, Rubem Figueiredo Sadok |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52528
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Resumo: |
A infecção pelo Toxoplasma gondii ocorre após ingestão de água ou alimentos contaminados, e embora a maioria dos casos seja assintomática, mulheres grávidas representam um grupo de risco. Na primo-infecção de gestantes, o risco de transmissão congênita é menor no primeiro trimestre, e os danos causados ao embrião são maiores quanto menor o tempo de gestação em que a transmissão acontece. Embora a placenta constitua uma barreira de proteção que previne a transmissão materno-fetal de diversos patógenos, alguns microrganismos, como o T. gondii, conseguem atravessá-la. Uma das estratégias empregadas pela placenta para inibir as infecções é a autofagia, via de reciclagem constitutiva de componentes celulares, como macromoléculas e/ou organelas, que pode ser exacerbada em situações de estresse nutricional e infecções. Recentemente demonstrou-se que a infecção de trofoblastos, in vitro, por Zika induz autofagia, enquanto o bloqueio in vivo da via reduziu esta infecção. A inibição in vivo da autofagia em modelo murino restringiu a infecção pelo Zika na placenta e a subsequente transmissão ao embrião. Entretanto, o papel da autofagia na infecção de trofoblastos com T. gondii ou na transmissão transplacentária do parasito ainda é desconhecido; existem diversos modelos de toxoplasmose congênita murina, sem nenhum consenso acerca da carga parasitária, cepa ou linhagem de camundongo Nesta dissertação, estabelecemos dois modelos de infecção: in vitro, com a linhagem trofoblasto BeWo usando duas cepas de taquizoítos (ME49 e RH), caracterizando o índice de infecção, detecção de vacúolos autofágicos via fluorescência e análise ultraestrutural, bem como integridade de barreiras celulares; e o segundo modelo com camundongos isogênicos e não-isogênicos após infecção com a cepa ME49. Cinco dias após a infecção, os tecidos maternos e fetais foram coletados e processados para análises morfométricas, histopatológicas e diagnóstico molecular via qPCR para detecção do parasito. Nossos resultados com a linhagem BeWo mostram que a infecção pela cepa ME49 perturba a integridade de barreira placentária e leva ao aumento de autofagossomos. Com a cepa RH, a infecção por T. gondii parece induzir autofagia e mitofagia em trofoblastos. Nosso modelo murino de toxoplasmose congênita em linhagem não-isogênica reproduziu aspectos centrais da patologia em humanos, tais quais: macro- e microcefalia, danos à arquitetura placentária, presença de carga parasitária em tecidos maternos e fetais e esplenomegalia. A infecção leva a alterações histológicas da placenta e alta carga parasitária neste tecido, ao passo que as cabeças fetais tendem a ser menos infectadas. Juntos, estes resultados sugerem que a autofagia de trofoblastos pode ser modulada pela infecção por T. gondii e nossas perspectivas incluem a modulação farmacológica da autofagia in vitro e in vivo para melhor investigar o papel da autofagia no desfecho da doença |