Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Couto, Dulce Helena Nunes |
Orientador(a): |
Vianna-Jorge, Rosane |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50416
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Resumo: |
A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma doença de célula-tronco hematopoiética, caracterizada por anormalidade cromossômica, que resulta em proliferação de células progenitoras mieloides malignas. O tratamento da LMC foi revolucionado pelo uso de fármacos inibidores da enzima tirosina- quinase (ITQ), dentre eles o imatinibe (IMA), capaz de interromper o fenótipo maligno da doença, com melhora significativa da sobrevida livre de progressão e sobrevida global. O monitoramento da resposta terapêutica norteia a conduta médica e determina a manutenção ou substituição do ITQ, ou transplante alogênico de células tronco-hematopoiéticas. Este estudo observacional retrospectivo caracterizou o tratamento de 323 pacientes com diagnóstico de LMC, idade ≥ 18 anos, em tratamento com imatinibe no período de 2000 a 2018 no Instituto Nacional de Câncer. Observou-se predomínio do sexo masculino e do diagnóstico na fase crônica da LMC, com mediana de idade de 49,5 (IC95%: 47,6-51,1) e proporção decrescente entre os níveis de escolaridade básica, intermediária e superior. A adesão ao tratamento medida pelo índice de posse, ou Medication Possession Ratio (MPR) > 95% no primeiro ano de tratamento com IMA foi de 73,8%. Ao longo de todo o tratamento, 70,3% dos pacientes foram tratados apenas com IMA em primeira linha de tratamento e 29,7% em segunda linha com dasatinibe ou nilotinibe. Quanto a resposta terapêutica, 78,4% tiveram resposta ótima aos 3 meses e 45,7% aos 12 meses. Dentre os pacientes que alcançaram resposta ótima aos 3 meses, 62,9 % mantiveram resposta ótima aos 12 meses. Dentre os que não alcançaram resposta ótima aos 3 meses e foram avaliados aos 12 meses, 93,2% seguiram sem alcance. A análise multivariada por regressão logística demonstrou que MPR > 95% e maior escolaridade foram preditores da resposta aos 3 e aos 12 meses nos pacientes diagnosticados na fase crônica da LMC. Com relação aos eventos de sobrevida, a Sobrevida Livre de Eventos (SLE) foi de 48,0% (IC95% 42,1% - 53,9%) enquanto a Sobrevida Global (SG) foi de 76,0% (IC95%: 70,1% - 81,9%) para os pacientes em fase crônica aos 10 anos. A ausência de resposta ótima aos 12 meses e a falha de adesão (MPR≤ 95%) foram fatores prognósticos para pior SLE, enquanto idade > 60 anos e a ausência de resposta ótima aos 12 meses foram os únicos fatores prognósticos para pior SG. Os resultados deste estudo indicam a necessidade de acompanhamento multidisciplinar dos pacientes no primeiro ano de tratamento para promoção da adesão, fator prognóstico no alcance da resposta ótima aos doze meses e consequentemente melhor SLE e SG. |