Avaliação do acolhimento nas Unidades de Saúde da Família da cidade de Jaboatão dos Guararapes-PE

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Barros, Litian Oliveira de Lima.
• Orientador(a): Oliveira, Sydia Rosana de Araújo, Diniz, George Tadeu Nunes
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49815

A mudança do modelo assistencial na atenção básica à saúde com o advento da Estratégia Saúde da Família (ESF) exigiu dos profissionais um maior vínculo e responsabilização entre a equipe e os usuários. Esse estreitamento tem feito do acolhimento uma ferramenta importante no favorecimento de uma relação mais humana. Tornando-se assim um dispositivo capaz de aumentar o acesso aos usuários e possibilitar a organização do processo de trabalho. Desta forma, torna-se importante avaliar o desenvolvimento do acolhimento nas Unidades de Saúde da Família, de Jaboatão dos Guararapes, compreendendo os facilitadores e dificultadores deste processo. Trata-se de uma pesquisa avaliativa, do tipo estudo transversal com abordagem quantitativa, com adoção do modelo RE-AIM. O período de estudo foi de maio de 2019 a março de 2020. A fim de analisar o alcance à população mais vulnerável, foram acessadas as fichas do e-SUS de 272 usuários que passaram pelo acolhimento, para coletar seus respectivos dados sociodemográficos. Os dados foram tabulados no Excel e no software R e analisados segundo sexo, raça, cor, ocupação, escolaridade, situação no mercado de trabalho. Foram aplicados questionários aos profissionais de nível superior, através do aplicativo HCMaps, baseado no modelo RE-AIM que avalia cinco dimensões: Alcance (Reach), Efetividade, Adoção, Implementação e Manutenção. A análise das dimensões foi realizada a partir de uma escala de gradação, tipo Likert, de 1 a 5, quanto mais próximo de 1 menor a concordância, sendo o inverso verdadeiro. Percebeu-se que o acolhimento no munícipio foi considerado insatisfatório, apesar da intervenção ter alcançado a população mais vulnerável. O alcance e a adoção foram considerados insatisfatórios. As dimensões Efetividade, Implementação e Manutenção obtiveram um resultado satisfatório. As principais barreiras observadas na implementação do acolhimento foram: o entendimento de acolhimento como triagem, a delimitação de vagas e/ou horário para acolhimento, a não utilização de fluxograma, a participação insuficiente dos profissionais em reuniões de equipe, a realização de poucas reuniões de comunidade e a não utilização do Prontuário Eletrônico do Cidadão e os principais facilitadores foram a implantação do acolhimento para aumentar o acesso e a utilização de protocolo e avaliação de risco e vulnerabilidade pelos profissionais. O estudo aponta que é possível alcançar um acolhimento satisfatório a partir do momento em que existir uma institucionalização do acolhimento no município associado ao suporte do apoio institucional, para que aumente o número de agentes da intervenção, a representatividade da população alvo e para que as medidas de implementação no seu conjunto sejam operacionalizadas com fidelidade, resultando em maior efetividade e impacto para a saúde dos usuários .