Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
Deslandes, Suely Ferreira |
Orientador(a): |
Minayo, Maria Cecília de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4440
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Resumo: |
A tese analisa a interferência cotidiana da violência na dinâmica organizacional dos serviços de saúde, nas representações e práticas dos seus agentes. Os serviços de emergência foram escolhidos porque neles a violência adquire visibilidade e constância, misturando-se ao próprio processo de trabalho e às distintas interações entre profissionais e clientela. O objetivo central foi o de apreender, numa perspectiva compreensiva, o significado e as várias faces que a violência adquire nas múltiplas redes (de trabalho, de poder, ético-morais, organizativas) que se constituem e se reproduzem no cotidiano da assistência. Realizamos uma associação de diferentes abordagens (quantitativa e qualitativa) e técnicas (observação participante, entrevistas e aplicação de questionários), o que possibilitou tanto identificar as concepções, valores, práticas, formas de interação grupais como indicar suas denominadas “áreas internas”. A etnografia foi o caminho metodológico capaz de totalizar esses múltiplos esforços. A violência no cotidiano dos serviços de emergência assume múltiplas formas, como: condições vis de atendimento oferecidas à população; um modelo de atendimento que despersonaliza, ignora e coisifica o usuário; um processo de trabalho que impõe doses consideráveis de sofrimento aos seus trabalhadores; uma demanda de atendimento que, pela gravidade das lesões, vai significar um desafio técnico, uma possibilidade de avanço do conhecimento; uma forma de interação entre profissionais e clientela, quando estes se tornam oponentes, algumas vezes chegando ao confronto corporal; reprodução de preconceitos e estigmas sociais que servirão, muitas vezes, de critérios seletivos para a qualidade da atenção dispensada; omissão de apoio às vítimas da violência que, sabidamente, estarão novamente à mercê das mesmas agressões. Buscamos nas considerações finais adotar uma perspectiva propositiva, revendo os limites de nosso estudo e propondo novas indagações. |