Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Renata Ribeiro Gómez de |
Orientador(a): |
Sacramento, Igor Pinto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51190
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Resumo: |
Esta dissertação tem como propósito analisar os fluxos dos discursos produzidos por um grupo brasileiro, antivacinação, em uma rede social online, o Facebook, examinando de que forma tais enunciados dialogam com os discursos sobre imunizações e produzem interdiscursos que estão imersos em nossa prática social discursiva. Pretendemos compreender em que medida a nossa sociedade, ao assumir características neoliberais, marcada pela lógica da responsabilização individual, do autocuidado e do risco, torna-se mais sensível e aderente (ou não) às políticas públicas de saúde. Para isso, analisamos as 10 postagens mais curtidas e comentadas (durante o período de um ano \2013 abril de 2016 a abril de 2017) do grupo \201CO lado obscuro das vacinas\201D, utilizando a ferramenta Netvizz, aplicativo gratuito e colaborativo do próprio Facebook. Esse trabalho analítico põe em articulação os conceitos de governamentalidade; biopolítica e biopoder; risco; além dos estudos sobre construção das identidades, proposto por Hall, e sobre o sujeito contemporâneo, proposto por Giddens e Bauman. A estratégia metodológica, portanto, baseia-se na análise dos fluxos dos discursos à luz do pensamento foucaultiano, com contribuições sobre o conceito de risco trazidas por Lupton, Rose e Beck Nossas análises nos mostram que o tema da (anti)vacinação está inserido na relação entre o individual e o coletivo, entre o público e o privado; tensão essa atravessada, na contemporaneidade, por uma falta de confiança nas representações de autoridade: nos governantes, nas instituições, na grande mídia, nas recomendações médicas, na indústria farmacêutica. Este debate trata, portanto, da perspectiva das práticas e lógicas que regem a sociedade contemporânea, da produção dos sujeitos e, sobretudo, das identidades que os discursos constroem a partir de si mesmos, pois são por excelência fundantes. Com isso, pretendemos contribuir para a reflexão sobre como as redes sociais deslocam as formas tradicionais de se pensar a comunicação, uma vez que funcionam não apenas como alternativa para a disseminação de informações oficiais ou não, mas também como lugar de compartilhamento de angústias, medos, riscos e ideias, espaço propício à interação, ao autocuidado, à autoajuda e à mobilização social, estimulando debates livres de territórios físicos, sem exposição da face, com expressivo alcance e baixo investimento. E isso pode fazer repensar as estratégias de comunicação adotadas,sobretudo no campo da Comunicação e Saúde |