A satisfação do usuário idoso: um indicador de qualidade do cuidado à saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Polaro, Sandra Helena Isse
Orientador(a): Leão, Selma Margareth Barcelos de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4845
Resumo: O objetivo deste trabalho é avaliar, por meio da satisfação do usuário, a qualidade do atendimento à saúde do idoso desenvolvido numa Unidade Básica de Saúde no Município de Belém. A abordagem utilizada foi quanti-qualitativa. Dos 175 usuários investigados, 85,1% são mulheres e 14,9% homens; 46,3% têm idade de 60 a 69 anos, 80,6% têm o 1º grau incompleto, 82,28% são aposentados e pensionistas, 65,7% têm renda de um salário mínimo; 89,7% têm autonomia de ação e 53,1% participam de outras atividades do programa além da assistência médica. A patologia mais freqüente é a hipertensão arterial seguida de diabete mellitus. A satisfação do usuário foi investigada por meio de nove entrevistados, considerando-se acessibilidade, continuidade e disponibilidade de serviços e profissionais, relacionamento usuário-profissional, resultado do cuidado na saúde, e recomendação do serviço como atributos relativos à qualidade do atendimento. Os usuários revelaram haver facilidade na marcação e efetuação de consultas, sem formação de filas e sem longa espera. Nenhum mostrou-se insatisfeito com o acesso. Em suas perspectivas, a assistência geriátrica, gratuita e ininterrupta, é fundamental e determinante no ingresso e permanência no programa. A empatia com a equipe, e a disponibilidade de serviços de patologia clínica, controle da pressão arterial, imunização e atividade física concorrem para a avaliação positiva. Os idosos correlacionam a melhora do estado de saúde com o cuidado recebido. A impaciência do profissional de saúde é fator negativo no relacionamento e demonstra a necessidade de formação de recursos humanos especializados. Carência de medicamentos e de opções de atividades nos âmbitos social e de lazer, assim como a falta de hospital de referência para internações são fatores de insatisfação e comprometem a qualidade do atendimento, segundo os usuários. A maioria deles chegou por indicação de terceiros, alguns trouxeram amigos e parentes, o que mostra que o programa é aprovado pela comunidade e pelos usuários. Os idosos não dissociam o programa das questões da comunidade. A discriminação, o empobrecimento, a desvalorização e o desrespeito pelo idoso por parte da sociedade são as principais queixas dos entrevistados.