Moradores invisíveis: o sofrimento social dos moradores da Ilha de Tatuoca, Ipojuca - PE, em seu processo de desterritorialização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Marques, Katlyn Kelly Duclerc
Orientador(a): Gurgel, Idê Gomes Dantas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14530
Resumo: Este estudo objetiva analisar o sofrimento social e sua relação com o processo de desterritorialização dos moradores da Ilha de Tatuoca, Ipojuca - PE. A pesquisa foi realizada com as pessoas ainda residentes na Ilha de Tatuoca. Diante da complexidade dos impactos que os empreendimentos do Complexo Industrial de Suape apresenta, optou-se por valorizar a subjetividade da população nativa atingida, considerando seu sofrimento psíquico e social relacionados ao processo de desterritorialização. Trata-se de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, de cunho interpretativo - exploratório, que utilizou entrevista semi-estruturada e observação participante para coleta dos dados; e foram analisados com a técnica de análise de conteúdo. Como resultados, obteve-se que a maioria dos moradores nasceu em Tatuoca e relata uma vida tranquila, destacando o local como um paraíso, o que evidencia a relação de identidade com o lugar. As principais atividades econômicas relacionava-se ao mangue, a pesca e a agricultura para subsistência. Após a inserção do Complexo Industrial de Suape naquela região, a população da Ilha de Tatuoca iniciou o processo de desterritorialização e acarretou nas seguintes mudanças: a extinção de recursos naturais, desemprego, violência, invisibilidade e promessas não cumpridas. Esta situação fez transparecer um sentimento de revolta e resignação, pois são colocados como meros observadores de tudo que tem acometido e alterado seu modo de viver. As repercussões em suas vidas se traduzem na impossibilidade de estabelecer laços simbólicos e afetivos com o lugar, devido a perda de acesso à terra. Este contexto gera sentimento de humilhação e depreciação, trazendo uma carga de sofrimento para suas vidas