Alterações da mucosa intestinal e suscetibilidade à Salmonella em camundongos co-infectados com malária.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moreira, Yasmin Cabral
Orientador(a): Nogueira, Paulo Afonso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52696
Resumo: Vários mecanismos foram propostos para explicar por que os pacientes com malária são mais suscetíveis às invasões da corrente sanguínea por Salmonella spp. No entanto, ainda existem vários fatores críticos desconhecidos a respeito da patogênese da coinfecção. A partir de um modelo de coinfecção, no qual um S. enterica sorovar Typhi (S. Typhi) foi escolhido para desafiar camundongos que haviam sido infectados 24 horas antes com Plasmodium berghei ANKA (Pb-ANKA), avaliamos a influência da malária nos níveis de citocinas, a atividade funcional de macrófagos e neutrófilos derivados da medula óssea femoral e seções histológicas intestinais. O perfil de citocinas ao longo de oito dias de coinfecção apresentou exacerbação nas citocinas MCP-1, IFNγ e TNFα em relação ao aumento observado em animais com malária, enquanto animais com mono-infecção por S. Typhi apresentaram ligeiro aumento na IL-12. O perfil de citocinas foi associado a uma contagem de neutrófilos e macrófagos consideravelmente reduzida e uma disfunção proeminente, especialmente em neutrófilos ex vivo em camundongos co-infectados, embora sem modulação bacteriana que pudesse influenciar a capacidade de invasão de S. Typhi ex vivo obtido de macerado de fígado em células não fagocitárias. Por fim, irregularidades na integridade do tecido intestinal evidenciaram rupturas, presença de leucócitos mononucleares e aumento de células caliciformes na camada de enterócitos e grande volume de infiltrado leucocitário na submucosa. A maioria dessas alterações foram observadas em animais mono-infectados com P. berghei ANKA e aumentaram significativamente em animais co infectados. Nossos achados sugerem que a malária causa um desarranjo da homeostase intestinal, exacerbação de citocinas pró-inflamatórias e disfunção em neutrófilos que tornam o hospedeiro suscetível à bacteremia por Salmonella spp.