Volumes e gastos públicos e privados com medicamentos usados em depressão no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mattos, Lívia Teixeira de
Orientador(a): Castro, Claudia Garcia Serpa Osorio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53014
Resumo: Os processos de transição epidemiológica e demográficas enfrentados pela maioria dos países do mundo e pelo Brasil implicaram em mudanças na carga de doença no país. As condições que mais acometem a população passaram de condições agudas a majoritariamente crônicas, com o aumento das condições envolvendo saúde mental, especialmente a depressão. A recessão econômica implicou empobrecimento da população e influenciou as despesas de saúde do governo e os gastos "do próprio bolso" dos indivíduos. Este estudo teve o objetivo de analisar os volumes e gastos públicos e privados de 10 antidepressivos no Brasil entre 2011 e 2017, considerando o contexto socioeconômico do período de análise. Foram elaboradas séries temporais utilizando dados dos registros de volume empenhado em âmbito público e dos registros das dispensações em farmácias e drogarias privadas utilizando, para isso, dados dos bancos de dados SIASG e SNGPC, respectivamente. Regressão de Prais-Winsten foi utilizada para a análise de tendência a fim de corrigir possíveis efeitos de autocorrelação serial. Os resultados mostraram um aumento global do consumo de antidepressivos no período de estudo. Os volumes empenhados no âmbito público apresentaram variação cíclica relevante e os resultados de tendência, em sua maioria, não foram estatisticamente significativos, apresentando tendências estacionárias. Já os volumes dispensados em farmácias e drogarias privadas apresentaram, em sua maioria, tendência crescente. Fluoxetina 20mg foi o medicamento mais consumido em ambos os cenários. O contexto socioeconômico parece influenciar os empenhos públicos e compras privadas de antidepressivos. Nos períodos em que as variáveis socioeconômicas estiveram em seus piores níveis, os volumes e gastos públicos apresentaram tendências decrescentes enquanto o gasto "do próprio bolso" aumentou. O aumento do uso de antidepressivos pode refletir a carga da doença decorrente da transição demográfica e epidemiológica do Brasil. A análise do contexto socioeconômico sugere que a diminuição dos orçamentos governamentais devido à recessão econômica reflete em cortes no orçamento da saúde, o que possivelmente direciona os usuários para o setor privado para a aquisição desses medicamentos.