Psicologia de grupos: pesquisadores em isolamento e confinamento na Antártica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cobra, Geny de Oliveira
Orientador(a): Valadares, Jorge de Campos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4335
Resumo: Esse trabalho tem como foco pesquisar grupos de pesquisadores brasileiros vivendo em isolamento e confinamento na Antártica. É uma pesquisa qualitativa com observação indireta das formas de interação, organização, estrutura e cultura dos grupos de pesquisadores que trabalharam na Antártica, cujos projetos de pesquisa fazem parte do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Foram entrevistados 20 pesquisadores das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, que estiveram na Antártica nos anos de 2005, 2006 e 2007. As entrevistas foram gravadas e posteriormente analisadas. Cada integrante foi considerado como um sujeito em grupo e porta-voz do grupo em sua totalidade. Seus relatos foram analisados sob a luz de teorias da psicanálise de grupo e psicologia social de grupo e da técnica de análise do discurso. Foram identificados três tipos de pequenos grupos: o grupo dos acampados, o grupo dos embarcados no navio oceanográfico (NapOC) Ary Rongel, e o grupo de pesquisadores da Estação Ferraz. Cada um desses grupos apresenta característica, estrutura e cultura próprias. Os grupos os acampados e os embarcados se reportam ao comandante do NapOC Ary Rongel que lhes propicia a logística necessária para a realização de suas pesquisas. O Grupo Base da Estação Comandante Ferraz é composto por profissionais da Marinha e são responsáveis pela manutenção da Estação e logística para os pesquisadores. A interação entre o Grupo Base e os pesquisadores é importante para o bem-estar de todos e para a realização das pesquisas. O chefe da Estação, enquanto líder funcional, é avaliado como líder autocrático ou democrático dependendo de sua personalidade. A pesquisa revelou que a experiência na Antártica tem impacto na personalidade dos pesquisadores; desenvolve a noção de limites emocionais com relação ao outro; contribui para a transformação pessoal; desenvolve a capacidade de lidar com um ambiente extremo e desenvolve o sentimento de pertencer a uma comunidade – a comunidade Antártica. A vivência na Antártica promove a transformação pessoal e desenvolve vínculos duradouros com o ambiente.