Avaliação do potencial genotóxico, imunotóxico e carcinogênico dos compostos benzimidazóis: uma revisão sistemática de estudos epidemiológicos e experimentais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gomes, Juliana Barroso
Orientador(a): Paumgartten, Francisco Jose Roma
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54904
Resumo: Os benzimidazóis constituem uma classe de substâncias químicas que são amplamente utilizadas, principalmente, como anti-helmínticos e fungicidas no setor agropecuário. Estes compostos, dentre seus mecanismos de ação, se ligam a tubulina e inibem a polimerização em microtúbulos, estruturas filamentosas do citoesqueleto eucariótico que estão envolvidas em diversos processos celulares. Os mecanismos de ação desta classe estão correlacionados a toxicidade dos benzimidazóis e o risco da exposição humana a estes agentes químicos. Nesse contexto, o objetivo geral do projeto consistiu em avaliar a evidência disponível sobre o potencial genotóxico, imunotóxico e/ou carcinogênico dos compostos benzimidazóis para fins de avaliação de risco à saúde humana. Desenvolveu-se uma revisão sistemática de estudos experimentais (in vitro, in vivo e ex vivo) e uma de estudos epidemiológicos (envolvendo a exposição humana), de forma independente. A metodologia foi baseada no: registro dos protocolos na plataforma PROSPERO; busca das evidências nas bases de dados eletrônicas Medline, Embase e BVS; seleção dos estudos pelos critérios de inclusão e exclusões; extração dos dados; avaliação do risco de viés das pesquisas incluídas; e síntese qualitativa e interpretação crítica dos resultados. Posteriormente, as evidências foram integradas através dos aspectos de Bradford Hill para avaliar a relação causal entre a exposição e a toxicidade. Parbendazol e triclabendazol foram os únicos compostos benzimidazóis que não apresentaram nenhum tipo de evidência e, portanto, não puderam ser avaliados. Os estudos epidemiológicos foram escassos e de exposições múltiplas, em sua maioria, mas de modo geral, todos os compostos benzimidazóis, com exceção do fuberidazol, demonstraram em modelos experimentais in vitro e in vivo uma capacidade genotóxica bem estabelecida. Embora algumas pesquisas tenham observado resultados positivos para a carcinogenicidade do benomil, tiabendazol e tiofanato-metílico e imunotoxicidade do benomil, carbendazim, oxfendazol e tiabendazol, a carência de estudos não permite determinar uma relação bem estabelecida entre a exposição e o desfecho. Após a integração das evidências epidemiológicas e experimentais observou-se que é mais provável que exista uma sugestão de causalidade entre a exposição ao benomil e a genotoxicidade. Dessa forma, baseado nos estudos incluídos nestas revisões, conclui-se que, no geral, a exposição aos compostos benzimidazóis representa perigo à saúde humana, em relação ao potencial genotóxico das substâncias.