Incidência de fatores de risco associados às diferentes formas clínicas da leptospirose: um estudo de vigilância de base populacional em uma comunidade urbana de Salvador-Bahia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Lima, Helena Cristina Alves Vieira
Orientador(a): Ribeiro, Guilherme de Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4218
Resumo: A leptospirose é um problema de saúde pública em comunidades carentes do Brasil. As formas leves são subdiagnosticadas por causa da inespecificidade da apresentação clínica. São necessários estudos para determinar a frequência da leptospirose em comunidades carentes e identificar características que permitam predizer o risco de leptospirose entre pacientes com síndrome febril aguda (SFA). Este trabalho tem como objetivos determinar a prevalência da leptospirose em pacientes atendidos por SFA, determinar a incidência das formas leves e graves e identificar fatores preditores para a doença. Para tanto, de 01 de abril de 2009 a 31 de março de 2010, foi estabelecida uma vigilância de base populacional para atendimentos por SFA na comunidade de Pau da Lima, em Salvador, Bahia. Uma amostragem dos casos de SFA identificados foi investigada para leptospirose com o uso de microaglutinação (MAT) em amostras de sangue pareadas. Formas graves foram identificadas por um sistema de vigilância hospitalar. Os casos de SFA positivos e negativos foram comparados quanto ao perfil sociodemográfico, clínico e epidemiológico para identificar características preditoras da doença. A vigilância identificou 5.712 atendimentos por SFA em moradores com idade≥5 anos, sendo 1.729 (30%) recrutados e 1.479 (85%) avaliados quanto ao diagnóstico. Os recrutados foram semelhantes aos não recrutados quanto às características demográficas e clínicas. Dos pacientes avaliados, 1% foi confirmado como caso de leptospirose, sendo 14 casos leves autolimitados e 1 caso grave. A incidência anual de leptospirose leve estimada para a comunidade foi de 84/100.000 habitantes. No mesmo período foram identificados nove casos de leptospirose grave em residentes da comunidade estudada. A incidência de leptospirose grave foi de 14/100.000 habitantes. As seguintes características sociodemográficas e exposições ambientais nos 30 dias que precederam a doença foram associadas ao diagnóstico de leptospirose nos pacientes com SFA: sexo masculino; receber Bolsa Família; ter contato peridomiciliar com lama, com lixo, com esgoto; residir até 10 metros de esgoto aberto; presença de ratos no peridomicílio; ter contato ocupacional com esgoto; e trabalhar como agente de limpeza. Concluiu-se que carga da leptospirose é maior do que a identificada apenas com base nos casos graves. Características demográficas, clínicas e epidemiológicas devem ser utilizadas para predizer o risco de leptospirose.