Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Monteiro, Kerla Joeline Lima |
Orientador(a): |
Costa, Filipe Anibal Carvalho,
Jaeger, Lauren Hubert |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55199
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Resumo: |
As comunidades rurais do nordeste do país apresentam grande vulnerabilidade em saúde, seja pela falta de investimento em saneamento básico e condições de vida inadequadas quanto pela proximidade com animais domésticos de criação de forma extensiva. Sob essa perspectiva, o objetivo principal do estudo foi explorar ciclos zoonóticos de transmissão de nematoides intestinais, em uma abordagem de Saúde Única em diferentes áreas rurais e periurbanas no Brasil. Estudos transversais foram realizados e revelaram a prevalência média de 12% para a infecção por ancilostomídeos com o predomínio de infecções de intensidade leve. Domicílios com mais de quatro moradores e apresentando piso sem revestimento apresentaram associação com a infecção. Quando os animais domésticos (suínos n=72, caprinos n=25 e ovinos n=17), vivendo no ambiente peridomiciliar, foram avaliados observouse a presença de ovos de parasitos nematoides em 72,8% dos animais e ovos de Ascaris sp. em 20,8% dos suínos. A análise genética dos ancilostomídeos humanos, com base no gene mitocondrial citocromo oxidase 1 (cox1), revelou que a espécie Necator americanus foi a mais prevalente nas regiões estudadas. As sequências brasileiras mostraram ser estruturadas em subpopulações bem definidas, que apresentam origens genéticas asiáticas e africanas. Essa dicotomia pode ser explicada pelo padrão de colonização do continente americano. Adicionalmente, sequências de outra espécie do gênero Necator foram identificadas nas regiões estudadas, apresentando 98-99% de similaridade com sequêcias de Necator sp., atribuída às espécies N. gorillae ou N. suillus. Análises Bayesianas revelaram que existiu um ancestral comum entre esse ancilostomídeo e N. americanus há 300.000 anos. Sete diferentes espécies de parasitos foram identificadas em animais domésticos (A. suum, Metastrongylus salmi, Oesophagostomum columbianum, O. quadrispinulatum, O. dentatum, Trichostrongylus colubriformis e Haemonchus contortus), todas elas apresentando histórico de infecções zoonóticas. Apesar disso, não foi observada a infecção por esses parasitos em hospedeiros humanos. O sucesso na recuperação de DNA de amostras fecais preservadas em lâminas de KatoKatz permitiu a genotipagem de Ascaris sp. em hospedeiros humanos. A análise genética de parasitos do gênero Ascaris provenientes de humanos e de porcos não diferenciou as espécies A. lumbricoides de A. suum, e demonstrou que o haplótipo H01 (cox1) foi o mais comumemente encontrado. A identificação morfológica realizada pela microscopia eletrônica de varredura da porção anterior de vermes adultos de Ascaris provenientes de porcos apontou para a espécie A. suum. Atividades de Popularização da Ciência foram realizadas durante a Semana Nacional de Ciência Tecnologia-2018 com crianças de uma escola municipal no Piauí. A infecção por ancilostomídeos permanece sendo observada no nordeste do Brasil. Sob uma perspectiva em saúde única, destaca-se a importância de estudos genéticos na identificação de espécies de helmintos de diferentes hopsdeiros com potencial zoonótico no país. Além disso, a contribuição para o desenvolvimento de vacinas e o entendimento dos padrões de propagação da resistência aos antihelmínticos contribuem no planejamento de novas estratégias para controle |