Estudo comparativo entre linfomas não hodkin em indivíduos HIV-positivos e HIV-negativos em Salvador, Bahia. Associação com o vírus Epstein-Barr e classificação segundo a OMS-2001

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Portugal, Tatiana Gil Alves
Orientador(a): Araújo, Iguaracyra Barreto de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34491
Resumo: Diferentes aspectos clínico-epidemiológicos e patológicos têm sido descritos em neoplasias ocorrendo em pacientes HIV positivos (HIV+). Linfomas fazem parte deste grupo, sendo o Linfoma Não-Hodgkin (LNH) a segunda neoplasia mais comum em pacientes com AIDS. Porém, tem sido observada uma grande variação geográfica na frequencia de LNH em pacientes HIV -positivos, bem como na distribuição dos diferentes subtipos histológicos. Desde que pouco se sabe sobre LNH em pacientes HIV+ no nosso meio, realizamos este trabalho para: a) classificar de acordo com a OMS os LNH ocorrendo nestes pacientes, comparando com LNH em pacientes HIV-negativos (HIV-) em Salvador-Bahia; b) investigar associação com infecção pelo vírus Epistein-Barr (EBV) no tecido neoplásico destes pacientes. Estudo caso-controle retrospectivo. Foram levantados dados clínicos e epidemiológicos de casos de LNH diagnosticados em Salvador entre Janeiro de 1998 e Dezembro de 2002. Para tanto foram revisados os prontuários dos pacientes com LNH e/ou realizadas entrevistas com médicos envolvidos no atendimento em serviços de referência no atendimento de LNH e/ou AIDS em Salvador. Foram obtidos 17 casos e 30 controles. Os LNH foram submetidos a revisão histológica, imunoistoquímica e classificados segundo a OMS-2001. A infecção pelo EBV foi detectada por técnicas de imunoistoquímica e hibridização in situ. A média de idade dos LNH nos pacientes HIV + foi de 41 (+/-8,5) anos, inferior ao do grupo controle (p=O,OI). O acometimento primário de sítios extra-nodais foi mais freqüente nos casos (12/17) que nos controles (10/30) (p=0,004). Os LNH em pacientes HIV+ foram exclusivamente de fenótipo B e de alto grau de malignidade, enquanto que no grupo controle houve linfomas com fenótipo B e T e graus histológicos variáveis. O percentual de casos positivos para EBV foi significativamente maior nos casos que nos controles (p =0,002). Os LNH em pacientes HIV + têm aspectos clínicos e histopatológicos distintos dos descritos na população geral: apresentam alto grau de malignidade, têm tendência à manifestação primária em sítios extra-nodais e exibem uma alta associação com a infecção pelo EBV. É possível que o EBV desempenhe um papel importante no desenvolvimento de alguns dos subtipos de LNH em pacientes HIV +. Porém, há necessidade de estudo sistemático prospecti vo para melhor caracterização destes linfomas.