Análise de variantes genéticas patogênicas na Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Reis, Bárbara Carvalho Santos dos
Orientador(a): Vasconcelos, Zilton Farias Meira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57435
Resumo: Introdução. Alguns meses após o início da pandemia de COVID-19, houve o surgimento de uma nova síndrome que acomete crianças e adolescentes. Suas manifestações clínicas são potencialmente graves e se assemelham à doença de Kawasaki, sendo caracterizadas por resposta inflamatória exacerbada e acometimento de múltiplos órgãos. Esse fenótipo recebeu o nome de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P). Apesar do grande número de publicações sobre a resposta imune de pacientes com SIM-P nos meses que se seguiram, permanecem obscuros os fatores determinantes na evolução destes pacientes. Estas respostas podem residir, pelo menos em parte, na genética. Especula-se que pelo menos uma parte dos pacientes com SIM-P possa ter um algum Erro Inato da Imunidade (EII) subjacente, seja de origem monogênica, digênica ou mesmo oligogênica. Objetivo. Identificar pacientes que apresentem o fenótipo da SIM-P, descrever suas manifestações clínicas, exames laboratoriais e evolução, além de buscar variantes genéticas patogênicas e provavelmente patogênicas que possam estar relacionadas ao fenótipo através do sequenciamento de exoma completo. Metodologia. Estudo observacional, descritivo, do tipo série de casos, longitudinal (retrospectivo e prospectivo) e multicêntrico. Foi realizada revisão de prontuário médico, além de exames laboratoriais e de imagem. Foram coletadas amostras de sangue dos pacientes participantes para realização de sequenciamento de exoma. Durante a análise das variantes genéticas encontradas, foram consideradas a frequência alélica, preditores para avaliação da patogenicidade das variantes e a relevância clínica das mesmas. Resultados. Um total de 29 pacientes foram incluídos, a mediana de idade foi de 6 anos, a maioria dos pacientes eram do sexo feminino (62%) e apenas 10% apresentavam comorbidades, sendo a asma a mais comum (7%). Os pacientes apresentaram uma mediana de 6 dias de febre e o fenótipo clínico mais frequente foi disfunção cardíaca aguda (48,1%) seguido de pacientes com manifestações Kawasaki-like (33,3%). Foram identificados 16 pacientes com variantes patogênicas ou provavelmente patogênicas. Nesses casos, um total de 22 variantes foram identificadas em 11 genes diferentes: BLK, CFB, ERAP1, FCN3, INFA21, IFIH1, MASP2, MPO, PRF1, TNFRSF13B e ZFHX3. Conclusão. Dentre os genes identificados, há uma predominância de genes relacionados ao sistema complemento, a resposta à infecção viral e a função das células B, todas vias importantes na infecção pelo SARS-CoV-2. Para melhor compreender quais são os fatores determinantes desta doença, são necessárias outras estratégias de busca de variantes, coortes maiores, estudos com controles saudáveis e outras formas de investigação como análise de HLA, proteômica e RNAseq.