Taxonomia morfológica e filogenia molecular de Physaloptera (Nematoda: spirurida)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Barros, Juliana São Luiz de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14233
Resumo: Os nematoideos pertencentes ao gênero Physaloptera estão incluídos na ordem Spirurida e caracterizam-se por possuir a extremidade anterior com simetria bilateral. O gênero Physaloptera tem como espécie tipo P. clausa parasito de Erinaceus europeus. No Brasil, Vaz e Pereira (1935) encontrou Physaloptera bispiculata no estômago de um roedor selvagem Nectomys squamipes Brants, 1827 (rato d\2019água) no estado de São Paulo, Brasil. Esta espécie foi posteriormente relatada parasitando Sigmodon hispidus, Cynomys ludovicianus e Ondatra zibethicus. As limitações das características morfológicas para identificação taxonômica, as dificuldades em analisar o ciclo de vida completo e seus hospedeiros alternativos, tem suscitado o uso de técnicas moleculares como instrumento de auxílio na taxonomia. Neste trabalho foi descrita uma nova espécie de Physaloptera coletada parasitando o estômago do roedor Cerradomys subflavus (Cricetidae: Sigmodontinae) coletado Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil (20°13\201928.30\201DS; 46°30\201939.20\201DO). A espécie foi caracterizada através das técnicas morfológicas (ML e MEV) e histológicas. Além disso, a filogenia foi estudada do gênero através de sequências moleculares do gene 18S rRNA e MT-COI 1 produzindo sequências para as espécies P. bispiculata parasita do roedor Nectomys squamipes, P. turgida 1 parasita do marsupial Didelphis aurita, P. mirandai 1 e 2 parasita do marsupial Metachirus nudicaudatus, P. galvaoi parasita do roedor Cerradomys subflavus, P. retusa parasita do réptil Tupinambis teguixin, Protospirura numidica 1 parasita do roedor Oxymycterus dasythricthus, P. numidica 2 parasita do roedor Oxymycterus delator, Physocephalus lassancei parasita do roedor Thrichomys fosteri, Pterigodermatites jagerskioldi parasito de Thylamys macrurus e Gnatostoma turgidum parasito de Philander opossum Todos os nematoides utilizados foram coletados do estômago e identificados por ML. As análises morfológicas por ML e MEV revelaram a presença de dimorfismo sexual com as exemplares fêmeas maiores que os macho, extremidade cefálica com abertura bucal com dois grandes pseudolábios laterais, cada um com dente tripartite semicircular de pontas desiguais (dois arredondados e um pontiagudo) e um único grande dente triangular, um par pseudodentes na borda externa lateral de cada lábio e duas papilas em cada lábio. As análises filogenéticas dentro do gênero Physaloptera revelaram um monofiletismo sugerindo uma rápida e simultânea diversificação de espécies. As observações histológicas contribuíram também com novas informações da constituição celular/ tecidual e da biologia dos nematódeos. Sendo assim, a combinação dos métodos morfológicos, moleculares e histológicos apresentaram resultados satisfatórios para descrição de espécies, caracterização do gênero Physaloptera