Avaliação biológica de machos esterilizados por radiação gama, para utilização em programas de controle populacional de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lima, Káritas Farias Alves
Orientador(a): Santos, Maria Alice Varjal de Melo, Ayres, Constância Flávia Junqueira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/15830
Resumo: Este estudo avaliou o desempenho biológico e reprodutivo de machos de Aedes aegypti esterilizados por radiação gama e seu potencial para uso no controle da espécie, através da técnica do inseto estéril (TIE). A eficácia de esterilização de diferentes doses de radiação gama, 30, 40 e 50 Gy, foi avaliada em machos irradiados (MI) na fase de pupa. O seu efeito sobre a longevidade e competitividade de acasalamento dos MI, sobre a fecundidade e fertilidade das fêmeas acasaladas com estes machos, bem como de fêmeas também irradiadas (FI), foram parâmetros analisados. Os testes de competitividade foram conduzidos em gaiolas teladas (2 X 2 m) em condições simuladas de campo, onde foram liberados machos irradiados e machos não irradiados (MNI), nas seguintes proporções: 5:1, 10:1 e 15:1. Os resultados revelaram que o fitness biológico e reprodutivo dos mosquitos são afetados pela radiação, de modo que os efeitos são diretamente proporcionais a dose de radiação utilizada. O parâmetro de longevidade apresentou diferenças significativas, tanto quando os MI foram analisados de forma individual quanto em grupo. Para a maior dose, MI e FI viveram em média 19,6 ± 2,2 dias e 25,8 ± 2,2 dias, respectivamente, enquanto que no grupo controle, estes valores foram de 24,9 ± 2,5 dias e 30,4 ± 2,5 dias. Foi observado também um efeito da radiação na fecundidade das fêmeas irradiadas (FI), visto que 100 por cento delas não realizaram postura e na fertilidade de machos irradiados (MI), expostos às doses de 40 e 50 Gy, cujo cruzamento com fêmeas não irradiadas promoveu cerca de 80 por cento e 100 por cento de inviabilidade dos embriões. Nos experimentos de competitividade, na menor proporção (5:1) apenas 24,5 por cento dos ovos estavam inviáveis, enquanto que nas proporções maiores (10:1 e 15:1) este percentual aumentou para cerca de 80 por cento. Estes resultados sugerem que para a supressão de A. aegypti pela TIE, em campo, será necessária uma quantidade de machos estéreis, pelo menos, 10 vezes maior do que a de machos selvagens. Em conclusão, machos esterilizados por radiação gama parecem ser competitivos e com potencial para uso nas condições locais de campo, como um método espécie-específico de controle para A. aegypti (AU)