Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Campos, Simone Neves de |
Orientador(a): |
Sarno, Euzenir Nunes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/15113
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Resumo: |
A forma neural pura da hanseníase (FNP) está caracterizada pela presença da neuropatia periférica na ausência de lesões dermatológicas. O diagnóstico se baseia na análise histopatológica do nervo periférico em conjunto com os dados clínicos e a eletroneuromiografia. No entanto os achados histopatológicos muitas vezes são inespecíficos e o Mycobacterium leprae raramente é detectado. Diferente da biópsia de nervo, a biópsia cutânea pode ser realizada em unidades básicas de saúde visto se tratar de um exame pouco invasivo e de fácil realização. O objetivo deste estudo foi verificar através da análise histopatológica básica, o valor das biópsias cutâneas como ferramenta para o diagnóstico de pacientes com FNP. Cinquenta fragmentos cutâneos e de nervos periféricos correspondentes de pacientes com FNP e 50 fragmentos cutâneos de pacientes com neuropatias não hansênicas foram examinados através das colorações de hematoxilina&eosina, tricrômico de Gomori e Wade. Nossos resultados indicam que filetes nervosos foram observados em 91% das amostras cutâneas do total de pacientes com neuropatias periféricas. Destes, 33% pertenciam a pacientes com FNP e apresentaram alguma alteração morfológica nos nervos. As características confirmativas (presença de bacilo álcool-ácido resistente- BAAR) ou sugestivas de hanseníase (granuloma epitelióide, inflamação linfo-histiocítica endoneural e fibrose endoneural) foram observadas em 28% das amostras cutâneas. A fibrose foi a principal alteração histopatológica (14/50) e mesmo quando analisada individualmente pode ser sugestiva da doença. A formação de microfascículos foi observado em 4% das amostras sugerindo o papel da biópsia cutânea na identificação do processo regenerativo do nervo. Em 34% dos fragmentos de pele os filetes nervosos estavam normais Quando as amostras cutâneas foram comparadas com as amostras dos nervos periféricos correspondentes, houve concordância em 86% quanto à ausência do BAAR. A inflamação endoneural e o granuloma epitelióide estiveram mais presentes no nervo do que na pele, não sendo um bom parâmetro de análise quando observados individualmente na pele. Outras alterações, consideradas inespecíficas, estiveram presentes em 38% das amostras cutâneas dos pacientes com FNP, como a laminação do perineuro e a proliferação das células de Schwann. O valor preditivo positivo do fragmento cutâneo coletado por procedimento de biópsia para o diagnóstico da FNP foi de 68,2%. Podemos concluir que a análise morfológica detalhada dos filetes nervosos dos fragmentos cutâneos coletados no dermátomo do nervo afetado pode ser uma importante ferramenta de auxílio ao diagnóstico da FNP quando analisadas por patologistas experientes nos centros de referência para o tratamento da hanseníase |