Violência de gênero: uma etnografia no centro de referência de atendimento as mulheres no DF

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Dayrell, Vívian de Moura
Orientador(a): Bizerril Neto, José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/6537
Resumo: A presente dissertação trata-se de uma etnografia no Centro de Referência de Atendimento a Mulher (CRAM), um programa da Secretaria de Estado da Mulher (SEM/DF) do governo do Distrito Federal. O CRAM é um local que presta acolhimento e atendimento social, psicológico e orientação jurídica as mulheres. O trabalho de campo consistiu em examinar o cotidiano da unidade, o acompanhamento interdisciplinar ofertado às mulheres pela equipe multiprofissional e na realização de entrevistas abertas com as mulheres atendidas com o objetivo de analisar como as mulheres narram a própria história e como nomeiam/percebem o próprio sofrimento, verificar as estratégias de enfrentamento e superação da situação de violência relatada e examinar como as mulheres percebem o acompanhamento realizado no serviço. A interlocução entre as teorias feministas de gênero, a Teoria da Subjetividade e alguns autores de teoria antropológica para definir cultura, somados à pesquisa de campo e à experiência de trabalho interdisciplinar na unidade possibilitou o desenvolvimento de recomendações sobre como promover o atendimento as mulheres em serviços dessa natureza a partir do que tem sido bem sucedido na nossa atuação. A realização da pesquisa possibilitou uma reflexão sobre os problemas da formação clássica em psicologia, as especificidades de novas formas de atuação em serviços delineados pelas políticas públicas, oferecendo um atendimento numa abordagem psicossocial e de forma interdisciplinar. Há diversas circunstâncias de violência vivenciadas por diferentes mulheres, o acompanhamento deve atender as distintas necessidades das mulheres, além de estar articulado as diretrizes da Política Nacional de Enfrentamento a Violência contra as Mulheres. A violência impacta a saúde mental das mulheres; o desenvolvimento de recursos subjetivos para o enfrentamento das situações de violência de gênero depende da capacidade de gerar sentidos subjetivos que permitem se posicionar diante da situação e dar-lhe algum encaminhamento produtivo. Neste sentido, o trabalho no serviço pode ser pensado como um espaço para favorecer esta capacidade generativa da própria mulher. O atendimento multiprofissional e interdisciplinar fundamenta-se numa perspectiva de gênero e visa o fortalecimento da mulher atendida para a superação da situação de violência vivenciada.