As relações de gênero entre crianças nas brincadeiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Martins, Marcelo Salvador
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/3529
Resumo: A presente pesquisa, em nível de mestrado, teve como temática as relações de gênero entre crianças durante as brincadeiras em um Centro de Educação Infantil (CMEI), da rede municipal de educação da cidade de Tubarão, Santa Catarina. Essa problemática teve como objetivo geral compreender se as atividades propostas de modo coeducativo, permitindo a meninos e meninas brincarem de diferentes tipos de jogos/brincadeiras, mobilizavam as crianças no sentido de problematizar o repertório de gênero e se permitiam às crianças expressar suas contradições ou, até mesmo, quebrar fronteiras tradicionais de gênero. Teve por objetivos específicos: analisar a receptividade das crianças ao papel mediador de um adulto e a mediação entre pares infantis durante e após as atividades selecionadas; compreender se as práticas propostas iam ao encontro das necessidades das crianças de novas vivências ou as incomodava, provocando resistências individuais ou coletivas. A metodologia utilizada foi a pesquisa-intervenção, combinada com observação participante e produção de diários de campo. A turma era composta por treze crianças sendo seis meninos e sete meninas e, com exceção de um menino de três anos, as demais crianças tinham quatro anos completos e a completar cinco no decorrer do ano de 2013. Abordou-se as questões de gênero na infância, as transformações históricas do campo da Educação Física no que tange às questões da escola mista ou coeducativa, e a função exercida pelo/a educador/a em auxiliar no processo de aproximação entre os sexos. O diálogo com a Educação Física foram o norte de referência em função das experiências prévias do pesquisador, bem como do corpo em movimento ser uma das preocupações centrais quando se discute Educação Física atual e infância, mesmo que realizada nos espaços educativos infantis por diferentes profissionais com formações diversas. A questão que norteou a análise aqui apresentada centrou-se em um recorte nas atividades de movimento como Briga de Galo, Corrida Rotativa, Bambolês e Gangorra Humana que tiveram, particularmente, um maior protagonismo pelas meninas. Os resultados mostraram que a receptividade das crianças tanto nas suas expressões de emoção e verbalizações durante as brincadeiras como nas rodas de conversa ao final de cada uma para avaliar a brincadeiras, ressaltaram que o caminho adotado dava a elas um novo suporte para as relações de gênero. Em muitos momentos, utilizavam-se da mediação docente como reforço para brincadeiras que já faziam fora do CMEI mas ali não viam como fazê-las ou quando se percebiam em expressões corporais antes não experimentadas e levavam essas aprendizagens para seus espaços familiares como novas descobertas, entre elas a força e a velocidade. Observou-se, também, que havia mais rivalidade entre meninas que entre meninos até mesmo no cuidado mútuo durante as brincadeiras. Nessa pesquisa pondera-se, por fim, que docentes necessitam visualizar a importância de seu papel em interagir de modo intencional sobre as relações de gênero com as culturas infantis nos espaços educativos. Enfim, ressalta-se que a busca por uma ação docente não sexista e alta receptividade das crianças para essa questão pode problematizar o sexismo presente nos espaços educativos, tanto por docentes quanto por crianças.