O fim da canção como sintoma das mudanças na música popular brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Vaz, Carolina de Mattos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/3405
Resumo: O objetivo desse estudo é analisar o "fim da canção" como sintoma das múltiplas transformações no campo da música popular brasileira e da sociedade a partir de declarações do músico e escritor Chico Buarque e do historiador e crítico José Ramos Tinhorão. Para isso, apoiamos nossa reflexão nos textos de alguns estudiosos do tema, tais como Luiz Tatit, Arthur Nestrovski, Zé Miguel Wisnik e Chico Saraiva. Mostramos que os fins, que também são fruto de um anacronismo presente na pós-modernidade, assim como traçamos um paralelo da música com a escultura e com a literatura, a partir de considerações a respeito da existência ou não de um cânone em alguns momentos específicos. Sobre a Indústria cultural e considerando que a música, nesse momento, passava a ser um objeto de valor e não só entretenimento, ou seja, se antes servia como fonte de lazer, a partir do surgimento da Indústria Cultural passa a ter valor de mercado. Para contextualizar esse momento recorremos a Marcos Napolitano a Walter Benjamin e Rancière, no que diz respeito à Indústria Cultural. Constatamos que os "fins" se mostram com bastante evudência na pós-modernidade como se tivesse necessidade em finalizar algo para então começar algo novo, como se o passado pudesse ser extinto. Para esse fim, traçamos um paralelo do moderno com o pós-moderno através, principalmente de Lyotard e Compagnon, e demonstramos que os cortes entre um tempo e outro não são tão simples quanto propõem alguns teóricos. Sob o ponto de vista de Compagnon e Terry Eagleton, o cânone deixa de estar presente na literatura da década de sessenta. Nesse mesmo período, ocorre também a chegada da Indústria Cultural, momento em que a canção surge, com um formato específico, o que transforma o cenário da música, afinal, os artistas passariam a fazer músicas pensando no modelo que poderia ser gravado e haveria interesse do mercado industrial. Na pós-modernidade, o suposto fim da canção parece ser consequência de um esgotamento dessas formas tais como eram antes. Essa "falsa criação" de novos formatos musicais é trabalhada através da noção de arquivo de Derrida, a partir do conceito de autêntico de Tinhorão, de intertextualidade de Kristeva e da ideia benjaminiana de atrofia da aura. Percebemos que o campo da música, artes e literatura se interligam em diferentes períodos, através de acontecimentos que fazem com que surjam novos conceitos, portanto, traçamos um paralelo entre intertextualidade, a partir de Julia Kristeva, e polifonia, bem como entre "escultura expandida", de Rosalind Krauss, e "canção expandida" de Wisnik. Quanto ao conceito de "escultura expandida", demostramos um paralelo com o conceito de não-pertencimento sob a ótica de Florência Garramuño